A mais de 400 km da Cova da Iria, há 30 anos que
transmontanos e castelhanos se unem para celebrar as aparições da virgem.
A primeira festa foi do lado espanhol, à sombra de uma
azinheira. No ano seguinte, do lado português Daniel Mouro, na altura membro da
junta de freguesia, foi um dos impulsionadores da transformação da festa num
evento maior, passando a realizar-se junto à pequena ponte sobre o rio Maçãs,
que separa Portugal e Espanha. “Nós aqui eramos poucos e os espanhóis também
eram poucos o padre gostava que fossemos la à missa porque ele só podia vir uma
vez por mês à missa. Fizemos a capela e depois uma tia minha comprou a nossa
senhora de Fátima”, contou à Brigantia. “Há 28 anos que fiz os parques para
estacionar os carros, com a ajuda do Parque natural de Montesinho e a festa
começou a arribar”, acrescentou. Do lado espanhol, Moisés Rebollar, nunca
faltou à festa e acredita que tem servido para dinamizar esta zona fronteiriça
que sofre com a desertificação e o envelhecimento da população. “Lembro-me
quando começou esta festa que havia uma pequena ponte de madeira para passar… È
importante para dinamizar esta zona pois somos maioritariamente idosos”,
confessou. À devoção a Nossa Senhora de Fátima , junta-se o convívio e a
animação, que fazem com que esta festa continue a atrair centenas de
portugueses e espanhóis. No ano passado o encontro entre as duas imagens de
Nossa Senhora foi na ponte internacional inaugurada nesse dia. Este ano a
organização optou por voltar ao local tradicional do encontro, inaugurando uma
ponte móvel pedonal, com passadiço de madeira e que será retirada e guardada
até à próxima festa. Um investimento de cerca de 25 mil euros, resultante da
cooperação entre a Câmara Municipal de Bragança, a União de Freguesias de S. Julião
de Palácios e Deilão, a Diputación de Zamora, e o município de Figueruela de
Arriba.
Escrito
por Brigantia
Retirado
de www.brigantia.pt
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