De acordo com um novo estudo desenvolvido pelo Comité Olímpico Internacional (COI) e publicado na prestigiada revista British Journal of Sports Medicine, a atividade física pode ajudar a prevenir e tratar doenças crónicas não transmissíveis (DCNT) uma vez que estas estão fortemente associadas a estilos de vida individuais, dietas pouco saudáveis e uso excessivo de substâncias como o álcool e o tabaco.
O estudo revela também que o sedentarismo, ou seja o tempo que uma pessoa permanece sentada, está associado ao aumento do risco cardiometabólico, independentemente dos níveis de atividade física. Ao longo dos últimos 50 anos tem-se assistido a um declínio acentuado no gasto energético da população com o trabalho doméstico e outras atividades ocupacionais, o suficiente para explicar o aumento da prevalência da obesidade.
Para o Prof. Manuel Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, “o organismo humano foi desenhado para o desempenho de uma vida ativa e variada. A vida moderna tem-nos forçado a ter um estilo de vida sedentário, sentados a maior parte do tempo à secretária, com as deslocações baseadas na utilização de meios de transportes”.
Segundo este especialista “devido a estas limitações que a vida moderna nos impõe, temos de compensar as necessidades do corpo humano dedicando algum tempo diário ao exercício. Os exercícios aeróbios são particularmente importantes para a prevenção e até melhoria de todas as doenças crónicas, em particular as cardiovasculares. Este tipo de exercícios mobiliza grandes massas musculares, em movimentos repetidos e contínuos, como a marcha, o ciclismo, a corrida, a natação, o remo e a dança, etc., levando por adaptação recorrente do treino (aeróbio) o coração a bater de forma mais eficaz, isto é, necessitando de bombear menos para produzir o mesmo trabalho, já que a circulação periférica lhe facilita o aporte sanguíneo”.
“Se optar por andar a pé, como atividade preferida, deve deslocar-se a uma velocidade de pelo menos 5 km a 6 km à hora. Independentemente da velocidade a que percorrer o km, o gasto energético médio é de cerca de sessenta e poucas calorias. Quer ande devagar ou mais depressa o gasto calórico é sensivelmente o mesmo, pois é mais dependente da distância que se percorre do que da velocidade que se emprega. Se correr em vez de andar, obviamente que gasta as calorias mais rapidamente”, conclui o mesmo especialista .
No documento de Consenso, o COI aponta para as recomendações da OMS sobre a atividade física como importante elemento central na prevenção das doenças crónicas não transmissíveis. Neste contexto o presidente da entidade reivindica “espaços públicos seguros e acessíveis para a prática de atividade física e desporto, devidamente associados a transportes e planificação urbana, intensificação da educação física e melhoria das infraestruturas e organização desportiva”.
Retirado de www.brigantia.com
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