Precisamente
um ano e meio depois de António Costa ter tomado as rédeas do país, esteve em
Bragança a propósito das jornadas parlamentares do PS que durante dois dias
focaram as atenções no nordeste transmontano.
O
primeiro-ministro sublinhou a posição privilegiada de Bragança no mapa da
Europa e referiu-se a esta capital de distrito como sendo o coração do mercado
ibérico, com “potencial de crescimento, que aumenta se soubermos aproveitar
melhor os recursos que temos por explorar, que são os do território, como é o
caso de toda esta região de fronteira que nos habituámos a tratar erradamente
por interior e que de uma vez por todas, temos que olhar como sendo
precisamente o centro do mercado ibérico, que nos faz crescer de uma pequenez
de 10 milhões para uma dimensão de 60 milhões de consumidores.”
António
Costa diz que é preciso os portugueses olharem para o país de outra
perspectiva, como um berço de oportunidades, “em Bragança é fácil perceber o
que é que isto quer dizer, nós estamos a 500 quilómetros de Lisboa, no conjunto
da área metropolitana vivem menos de dois milhões de pessoas, mas Bragança está
a 30 quilómetros da fronteira em Castilla e Léon, onde dois milhões e meio de
pessoas vivem mesmo aqui ao lado.”
O
primeiro-ministro foi mais longe ao afirmar que “tudo isto significa que
Bragança só é interior, para quem está em Lisboa. Mas para quem está a olhar
para o mapa da Península Ibérica, o que é que está mais próximo do centro do
mercado ibérico? É Bragança.”
Ainda
no seguimento do discurso sobre a centralidade das regiões de fronteira e a
necessidade de “mudar a geografia que temos na nossa cabeça, para podermos
olhar para o país com uma outra visão, porque senão estaremos sempre num ciclo
vicioso e não num ciclo virtuoso, nós não podemos dizer sempre as pessoas vão
partir. As pessoas só partirão se tiverem ali as oportunidades que não têm
aqui. A questão não é travar a saída das pessoas, é atrair as melhores
oportunidades para que as pessoas se fixem e para que as pessoas possam vir
para onde estão as melhores oportunidades, como é o caso desta zona de
fronteira.”
“É
esta nova visão do território que nós temos de conseguir desenvolver e hoje
temos os recursos e a massa critica para que o possamos fazer, porque temos
efectivamente em todas estas regiões capacidade de produção de conhecimento, é
por isso que temos um grande objectivo desta legislatura, que é criar o quadro
legal para que no início do próximo mandato autárquico, possa ser marcado por
um forte avanço na descentralização e por um reforço das competências dos
municípios e freguesias na gestão dos seus territórios” disse o
primeiro-ministro sobre a descentralização de competências, um objectivo a
alcançar rapidamente.
Escrito por: Jornalista
Débora Lopes
Retirado
de www.jornalnordeste.com
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