Marcolino Cepeda e Francisco Alves (Foto de Maria Cepeda)
"Francisco Manuel Rodrigues Alves, nasceu em 1950, na
aldeia de Varge, Bragança, é deficiente visual desde a juventude e estudou os
primeiros anos nos Seminários de Vinhais e de Bragança, concluindo o ensino
secundário no Liceu Camões em Lisboa. Estudou Filosofia na Faculdade de Letras
de Lisboa, onde concluiu a Licenciatura em 1981 e o Mestrado em 2003, e foi professor
de Filosofia e de Psicologia na Escola Secundária Pedro Alexandrino da Póvoa de
St.º Adrião.
Participou ativamente na fusão das Associações de Cegos
que levou à criação da ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal) em
1989, tendo sido o Presidente da Comissão Instaladora e o Presidente dos dois
primeiros mandatos da Direção Nacional desta Associação.
Foi um dos responsáveis pela organização do desporto para
cegos em Portugal e em 1988 foi eleito Presidente da Federação de Desporto para
Deficientes, Federação que integra todas as áreas da Deficiência, (Motora,
Mental, Paralisia Cerebral, Auditiva e Visual) e na qualidade de Presidente
desta Federação integrou as Delegações de Portugal aos Jogos Paraolímpicos de
Atlanta de 1996 e de Sidney em 2000.
Em 1995 organizou o I Congresso da ACAPO e o Seminário de
Formação Associativa dos Cegos dos Países de Expressão Portuguesa, e fez conferências
sobre a temática do associativismo e do desporto para deficientes em Portugal,
Macau, Angola e Espanha.
Foi fundador e diretor da revista da ACAPO, "Luís
Braille", revista que reflete o associativismo dos cegos e onde criou,
entre outras, a rubrica “Humor Cego”, protagonizada pela personagem Jeremias
Bengaladas.
Em 1989 ganhou o prémio Branco Rodrigues com o trabalho
"Depoimento dum Professor Cego: O meu itinerário intelectual e vivencial e
a alegria de viver", publicado na revista “Diálogo” do Ministério da
Educação, tendo ainda conquistado o primeiro prémio de um concurso organizado
pela Associação de Cegos Luís Braille com o conto “Viagem no Tempo”. ,
publicado em “Poliedro”, revista editada em braille.
Em 2014 publicou o seu primeiro livro "Trás-os-Tempos", de que deixamos uma pequena sinopse de António Sá Gué, seu editor.
"A luz de um objeto que avistamos no espaço, luz essa que se
libertou há milhões de anos, no momento em que chega até nós, estamos a
observar o passado, a partir do presente.
É assim este livro: o autor observa «o-seu-tempo» a partir
do presente. E não é um tempo absoluto, newtoniano, apesar de o contabilizar. É
um tempo pluridimensional, um tempo espacial, um tempo emocional, um
«espaço-tempo» que o unifica e que nos unifica. Com ele percebemos a natureza
das coisas e de onde provieram, com ele percebemos porque somos como somos.""
Maria e Marcolino Cepeda
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