segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Entrevista com Salomão Fernandes, aluno e Maria Antónia Martins, professora


Entrevista com Salomão Fernandes, aluno e, Maria Antónia Pires Martins professora, vencedores do primeiro prémio nas olimpíadas nacionais de ambiente.

Salomão Assis Campos Fernandes nascido a 10 de março de 1992 em Bragança, filho de António Joaquim Fernandes e de Branca Maria Ribeiro de Almeida Campos. Frequentou a EB1 de Nogueira e frequenta o 9º ano da EB2 3 Paulo Quintela. Vive em Nogueira, Bragança. Ocupa os tempos livres com a prática da natação, gosta de ir ao cinema, de ver televisão, de estar com os amigos e, de ouvir música. Ganhou o primeiro prémio da final nacional das décimas segundas olimpíadas do ambiente.

Maria Antónia Pires Martins, natural de Bragança, freguesia da Sé, casada, frequentou a escola do Toural. Escola Preparatória Augusto Moreno, secundária Abade de Baçal do 7º ao 9º ano, secundária Emídio Garcia do 10º ao 12º ano na área de ciências. Concluiu a licenciatura em geografia em 1988, na faculdade de letras do Porto. Foi professora nas escolas Miguel Torga, Emílio Garcia e Carvalhais. Lecciona na escola EB 2 3 Paulo Quintela desde o ano de 1997. Foi a professora responsável pela participação dos alunos da escola nas olimpíadas nacionais do ambiente.

Salomão, a primeira pergunta é para ti. Tu sempre viveste em Nogueira?

Sempre.

E gostas de viver no meio rural?

Gosto por alguns motivos, não gosto por outros. Gosto do contacto com a natureza, o campo. Mas na minha idade gosto da cidade por outras razões. Em Nogueira não há muita gente, os meus amigos vivem todos na cidade e, nas aldeias não tenho tanto contacto com eles.

Tem convenientes e inconvenientes, não é? E neste momento para ti que tens 15 anos?

Preferia viver na cidade.

O que é que no teu entender tem de especial a EB 2 3 Paulo Quintela?

É uma escola boa, tem boas condições. Sim, tem o facto de eu andar lá. Foi lá que eu recebi o prémio.

E isso já é uma marca, não é?

Sim, não me esqueço mais dela.

Agora, professora, comparando a sua infância e juventude com as crianças de hoje, quais são, as principais diferenças?

Bom, o acesso à informação que nós não tínhamos, nomeadamente a Internet, a televisão por cabo e satélite, que dão acesso a informação que nós não tínhamos. Depois, também há outros malefícios, andávamos muito mais à vontade na rua, brincávamos na rua, íamos para a escola sozinhos, coisa que hoje em dia os pais não deixam os filhos fazer.

A sua vida está intimamente ligada à região. Apenas esteve fora durante a licenciatura...

Sim, durante o curso.

Como é que foi esse período?

Não gostei sinceramente. Nunca me adaptei ao Porto, nem ao clima do Porto, nem à vivência do Porto e, sempre que podia vinha a Bragança. Mal acabei o curso, vim para cá trabalhar em 1988.

E porquê a geografia?

Olhe, foi uma professora que me fez gostar de geografia no 9º ano e, nesse ano decidi ser professora de geografia e assim foi. Professora que ainda hoje lecciona na escola secundária Miguel Torga foi minha professora na Abade Baçal e, foi ela que me fez tomar o gosto pela geografia.

Porque escolheu trabalhar em Bragança?

Porque sempre gostei de Bragança. Saí e, se calhar, a experiência fora de Bragança, não foi a melhor. Não me adaptei ao Porto e decidi voltar novamente às raízes. Tinha cá a minha família e acabei por voltar para Bragança.

E sempre quis ser professora?

A partir dessa altura, em que eu gostei de geografia no 9º ano, decidi que queria ser professora e, gosto de ser professora, muito.

Agora vamos falar do concurso propriamente dito. Porque é que vocês os dois e, outros alunos da EB 2 3, porque é que resolveram concorrer?

Salomão: Eu já participei o ano passado, fui logo eliminado na 1ª fase. Gosto destes temas relacionados com o ambiente, acho importante e, nem tinha conhecimento destas olimpíadas antes de chegar à escola e, mal tomei conhecimento decidi participar. O ano passado e este ano outra vez.

Professora: O ano passado decidi inscrever a escola, à volta de Novembro e incentivei os meus alunos, entre eles, o Salomão, a participarem. Este ano voltei novamente a inscrever. O Salomão estando no 9º ano, grande parte do programa do 9º ano é sobre o ambiente, o Salomão está a gostar da matéria e participou, e outros alunos obviamente.

Fale-nos brevemente sobre a orgânica deste concurso. O que são, afinal, as olimpíadas do ambiente?

Bom, é um conjunto de fases, passa por 3 fases. A 1ª fase decorre em Janeiro, são só questões de escolha múltipla sobre ambiente, variantes que vão desde a geografia à físico-química e, depois tem 2 questões de desenvolvimento que servem apenas para desempate, não mais do que isso. Na 2ª fase continuam a ser questões de escolha múltipla, mas já tem 2 questões de desenvolvimento. O aluno tem que ter alguma capacidade de organizar ideias sobre 2 questões que são colocadas, normalmente com aspecto crítico. A 3ª fase que é a fase nacional a que o Salomão chegou, que além de escolha múltipla também tem prova oral. É um tema que lhes aparece de repente e, eles têm em poucos minutos de preparar a prova oral.

Só aí já tenho que dar os parabéns ao Salomão, porque o Salomão é assim um bocadinho tímido, mas portou-se lindamente na oral.

Salomão: Mas também éramos quatro, não era só eu e ajudávamo-nos uns aos outros. Os assuntos eram debatidos por todos, claro que ao apresentar havia mais confiança porque sabíamos que tínhamos lá os outros para ajudarem.

Portanto Salomão foi realmente um grande feito que tu tenhas ficado em 1º lugar, onde estavam quase 17000 alunos de escolas de todo o país. Conta-nos como foi.

Foi uma experiência muito interessante. Eu não estava nada à espera. Fiquei impressionado até comigo próprio, contente.

E deu-te vontade de continuar nesse campo? Então o que é que pensas seguir?

Pois, deu-me vontade de continuar e, eu estava indeciso sobre o que é que havia de seguir para o ano e, ainda fiquei mais. Ainda tenho é mais dúvidas. Ainda não tenho uma ideia formada, ainda estou muito indeciso.

A última fase obrigou-te a ir até ao Algarve, mais precisamente a Albufeira. Fala-nos dessa aventura, que deve ter sido uma aventura e, de tudo o que tiveste que fazer nessa final do concurso.

A parte de Albufeira foi uma das partes mais interessantes. A parte aborrecida foi a viagem de camioneta, muito comprida. Mas depois lá, toda a gente se conhecia, estavam todos lá pela mesma razão, todas as pessoas muito interessantes, conversavam todos, todos muito amigos, jantávamos todos mais ou menos juntos. Sem ser nas actividades, encontrávamo-nos. Dávamo-nos todos bem.

O que sentiste quando soubeste que tinhas ganhado?

Fiquei contente, é difícil de explicar o sentimento, fiquei muito contente, ainda para mais não estava à espera, fiquei muito contente.

E o que é que ganhaste?

Foram várias coisas. Um leitor de mp3 de 1GB, um cartão de livre visita ao Zoo Marine 2007/08, vou plantar uma planta no Zoo Marine, ganhei uma semana de férias em Castelo Branco para 4 pessoas e, vou integrar um projecto de reintrodução da tartaruga a 12 milhas da costa, para mim o mais engraçado.

Eu sei que isso foi uma das coisas que mais alegria te deu…

Eles não tinham dito os prémios, só disseram mesmo no fim. Tinha lá envelopes, abri e, até eu próprio me espantei.

Também gostava de estar nessa aventura...

É uma experiência nova, nunca participei. Já vi assim coisas pela televisão, mas nunca participei em nada disso e deve ser muito engraçado. A reintrodução da tartaruga foi o que mais gostei.

Será que o facto de tu viveres em comunhão com a natureza, facilitou o teu trabalho?

Eu acho que sim. Ajuda nalguns aspectos que se aprendem mesmo com o contacto, coisas de animais, migrações, natureza, clima, são tudo coisas que as pessoas na aldeia sabem e, se uma pessoa está lá também vai aprendendo, apesar de estar noutra geração, de serem coisas informatizadas, vou sempre aprendendo alguma coisa.

Sim, a prática ajuda bastante. Se a gente estuda fica uma ideia, mas com a prática aprende-se muito melhor.

Desenvolve-se a ideia.

Professora, fale-nos do trabalho desenvolvido com os alunos da EB 2 3 Paulo Quintela, pois eu sei que o Salomão não foi o único.

Não, não foi o único. Na 1ª fase, 1ª eliminatória, eram 47 alunos, se não estou em erro, ficaram 5 para a segunda, dois dos quais o Salomão e outra miúda, a Andreia, que estava entre os 200 melhores nacionais. Andei a preparar esses 5 alunos, nas tardes em que eles tinham disponibilidade, na hora de almoço, dentro daqueles temas que hipoteticamente poderiam sair, que normalmente saem das olimpíadas de anos anteriores, coisas que habitualmente saem e, portanto, eu trabalhava um bocadinho com eles. Entretanto, para a fase final só ficou o Salomão e era com ele que eu me encontrava na hora de almoço e, estudávamos aspectos de muito pormenor que às vezes saem e que passam despercebidos.

Acha que os alunos estão motivados para a defesa do ambiente?

Sim, e cada vez mais. Ultimamente com alguns debates que têm aparecido na comunicação social, alterações climáticas, biodiversidade, é evidente que eles se sentem muito mais motivados neste momento e apercebem-se de que o clima está a mudar.

E, nós temos, a nível do ambiente uma situação privilegiada, se compararmos com algumas zonas do país...

Sim, em relação aos grandes centros urbanos, obviamente que temos. Ainda temos um ambiente relativamente puro, não há indústria praticamente, a poluição que há é dos veículos automóveis, há as províncias com muito poucos habitantes, estamos perto de zonas de serras e do parque natural de Montesinho e, isso dá à partida uma vantagem em termos ambientais.

E o parque natural. Portanto, nós estaremos a tirar dele o melhor proveito?

Possivelmente não.

E o que se poderia fazer para potenciar a riqueza que temos, pois o parque natural é uma riqueza, efectivamente. O que poderíamos fazer para potenciar essa riqueza?

(Professora) Fundamentalmente para já dar a conhecer. Muitas pessoas de Bragança ainda não o conhecem. Para já identificam o parque natural com a serra de Montesinho e, não sabem a dimensão que tem o parque de Montesinho...

O parque é enorme.

(Professora) O parque é enorme. Muitas vezes as pessoas no meio rural, que ficam dentro do parque natural, sentem-se pouco motivadas porque estão muito limitadas para alguma coisa que queiram fazer.

Fala-se muito dos ataques de lobos aos rebanhos e, as pessoas demoram imenso tempo a serem ressarcidas.

(Professora) Por exemplo. Esse é um dos motivos. As pessoas acabam muitas vezes por matar o lobo, porque efectivamente se têm prejuízo nunca mais são indemnizadas do prejuízo e, o meio de subsistência significa muito para essas pessoas.

Tinha esperança de ganhar o concurso?

Eu tinha, porque desde início o Salomão sempre teve uma pontuação muito alta. Logo na 1ª fase, ele tinha somente 18 alunos com uma pontuação superior à dele, na 2ª apenas 3 e, eu quando me despedi dele antes de ir para o Algarve eu disse-lhe : “Tens de trazer algum dos prémios porque efectivamente estás muito próximo de ter um dos três primeiros.” E conseguiu ter o primeiro.

O que é que pensam deste tipo de atividades?

(Professora) As olimpíadas do ambiente são óptimas, não só porque mexem com as escolas mas fazem, também, que estes alunos leiam alguma coisa sobre o ambiente, o que os motiva para repensarem o ambiente, no século vinte e um, em que o ambiente está nas principais preocupações.

E tem de ser esta geração a fazê-lo, porque os mais velhos não assumem ou não têm essa capacidade. A responsabilidade é de todos nós.

(Professora) Quando falamos da necessidade de, em casa, separarmos o lixo, alguns miúdos dizem: “Os meus pais não querem, mas eu tento fazer alguma separação.” Eles levam para casa essa vontade de fazer alguma coisa. Mas é difícil mudar velhos hábitos.

Neste tempo em que os rankings estão na moda, reconhece ao ensino particular/privado mais competência?

(Professora) Não. Não vejo as coisas dessa forma. Acho que o ensino particular/privado é um ensino para pessoas de uma classe social alta e, portanto, à partida com outro acompanhamento que não têm os miúdos que vêm obviamente dum meio rural e que diariamente têm que se levantar muito cedo para chegar à escola. Chegam a casa muito tarde e, não têm ninguém que os ajude nos estudos, nem explicador, nem computador, nem outros meios que os miúdos de colégio privado, de um nível social alto possam ter. Têm a possibilidade de fazer turmas muitas vezes pequenas, muito pequenas até. Portanto, conseguem fazer outro trabalho, é evidente.

Portanto, o Salomão é um exemplo muito positivo de um aluno que vive em meio rural, que não fica nada a dever aos colégios particulares, nem a qualquer outro meio citadino.

(Professora) E não é o único. Basta ver os resultados na entrada para as diversas faculdades.

Salomão, com os teus 15 anos, tu sentes um orgulho muito grande, não sentes?

Sinto.

Como vencedor de um concurso relacionado com o ambiente, o que é que tu aconselharias às pessoas para o proteger?

Eu acho que as medidas, se calhar as mais importantes, que nós não tomamos, são as coisas mais simples. A reciclagem, o cuidado a controlar a água, não deitar o lixo ao chão, coisas que não custa nada fazer e ninguém liga nenhuma. Nos contentores ninguém liga nenhuma à separação, pequenos gestos que fazem a diferença.

E tu achas que está nas tuas mãos e na mão dos teus contemporâneos, aqueles que são mais ou menos da tua idade, dos mais novos e dos ligeiramente mais velhos? Achas que está na vossa mão fazer com as pessoas mudem?

Eu acho que está nas mãos de todos, mas principalmente nas nossas, porque nós estamos a ser educados dessa maneira e, temos já essas ideias. As pessoas mais velhas não estão habituadas, não sabem, nem sequer ligam. Há muitas pessoas que nem sequer sabem que o clima está a mudar, não vão fazer nada para que ele volte a ser como era.

Tu que vives em meio rural, deves aperceber-te disso com muita frequência, mas as pessoas das aldeias não têm essa sensibilidade...

As pessoas das aldeias, se calhar até têm mais cuidado do que as pessoas das cidades, porque pensam que ali têm de preservar por causa dos animais, mas não têm tanto cuidado como deveriam ter. Mais, nas aldeias, têm muito menos informação que nas cidades.

Então tu achas que apesar de tudo as pessoas que vivem em meio rural têm mais cuidado que as pessoas que vivem em meio urbano?

Acho que têm mais cuidado em questões relacionadas com o ambiente. Vivem em permanente contacto com o meio ambiente, vão também sentindo as alterações, apesar de não saberem mesmo. As pessoas das cidades constroem prédios, não têm cuidado com a preservação das árvores, não lhes interessa quase nada.

Por acaso acho que falaste ai de uma coisa muito interessante, que as pessoas que vivem nas aldeias, do teu ponto de vista, têm mais sensibilidade ambiental...

Acho que sim.

Temos que mexer com consciências, balançar esta gente para ver se começam a fazer o que têm a fazer e isso está nas tuas mãos e nas mãos da tua geração.

Nas minhas e nas dos outros.

A vertente de proteção do ambiente poderá definir o futuro de toda esta região?

(Professora) Sim. Não vejo outra perspectiva senão essa. De facto, em todos os aspectos, para o próprio turismo. Preservar para atrair o turismo.

Neste momento em que se fala de hotéis de qualidade, acha possível que se coloque um hotel destes na serra da Nogueira, absolutamente integrado na paisagem, sem destruir aquilo que existe?

(Professora) Desde que não seja de grandes dimensões. Tem de ser uma coisa pequena.

E isso seria uma mais-valia?

(Professora) Exatamente.

Em Montesinho, há várias casas do parque a caírem aos bocados. Se essas casas fossem restauradas e equipadas com conforto, talvez atraíssem muito mais gente, sem deturpar o ambiente…

Não podemos ver o parque apenas como um espaço preservado e intocável, temos que lidar com ele, mas saber lidar, obviamente. Trazer cá as pessoas e mostrar o que temos.

Sem dúvida. Deve ser obrigação exclusiva das escolas, ou todos nós devemos pugnar pela defesa do ambiente?

(Professora) Todos nós obviamente, porque é de todos. Portanto as escolas têm um papel na educação ambiental, como têm em outras vertentes, mas toda a sociedade tem que ter um papel sobre isso. 

Qual é o papel da escola neste momento, em que estamos num período de alterações profundas a nível do ensino, ambiente, proteção do ambiente? As escolas têm armas, têm ferramentas para tornar efectiva essa luta?

(Professora) Eu acho que sim. Em muitas escolas há sempre um clube do ambiente a que os alunos aderem bastante e, onde estes temas são trabalhados e são alertados os alunos para este perigo. Depois os programas tocam nas ciências físico-químicas, na geografia, que é o meu caso e, enfim, ao longo dos anos apercebemo-nos do que está a acontecer no ambiente, não apenas alterações climáticas, esse é apenas um dos problemas e os alunos têm essa perfeita noção. A desflorestação, um tema que eu ainda agora acabei de dar e eles adquirem a noção das dimensões do que está a ser a desflorestação e do que isso acarreta, nomeadamente a desertificação. Eu entendo que a escola tem tido um papel importante e que os alunos, esta geração tem já uma outra sensibilidade, uma outra perspetiva.

O que se poderá fazer nesta região, em Trás-os-Montes, porque nós estamos realmente a desertificar, nós estamos realmente a ficar para trás quando comparados com o restante pais, principalmente o litoral, estamos a ficar para trás em todos os sentidos. O que poderemos nós, enquanto transmontanos, fazer para alterar esta situação?

(Professora) Penso que muita coisa se deveria ter começado a fazer há muito tempo. O problema é que as políticas dos governos e, deste último também, é sempre centralizar e, sempre centralizar no litoral em todos os aspectos, coisa que a maior parte dos países europeus já não faz. Há uma centralização, o país, qualquer dia, tomba totalmente para o litoral, porque a faixa entre Braga/Lisboa é onde se situa a maior parte da população, onde vemos as acessibilidades serem inauguradas… Bragança não tem sequer um quilómetro de auto-estrada, é o único distrito, obviamente que isto vai trazer dentro em breve uma total perda de população, como é evidente.

Salomão, e tu, o que é que tu pensas fazer no futuro? Acabas o 12º ano, vais fazer a faculdade, já tens uma ideia daquilo que tu queres fazer, daquilo que tu queres ser?

Não, ainda tenho várias ideias, mas concretamente ainda não tenho nada.

E depois quando acabares o teu curso, tu pretendes voltar para Bragança ou vais embora daqui?

Ainda não sei. Por um lado gostava de voltar para Bragança, pois gosto desta cidade. Gosto bastante, mas por outro lado eu pensava ir embora, mas não era para Lisboa, gostava de ir para o estrangeiro.

E já tens um país de eleição?

Não, tenho vários.

Agora para terminar, para terminar, começando pela professora, que personalidade ou personalidades mais a marcaram ao longo da sua vida?

(Professora) Que mais me marcaram… os meus pais, sem dúvida nenhuma.

Nós temos entrevistado muita gente e, normalmente, as pessoas falam dos pais. Realmente, se não fossem eles, nós não estaríamos aqui.

São eles que nos dão, ao longo da vida, muitos ensinamentos.

E tu Salomão?

Eu também concordo. Os meus pais, também os meus amigos da escola que me ajudam bastante. Em termos de personalidades mais conhecidas não tenho assim nenhuma em especial, só uma personalidade sozinha não conseguia fazer nada.

Muito bem, tens uma maturidade muito acima da idade que tens, estás de parabéns pelo prémio que recebeste, portanto, continua assim e, tu vais ver que vais conseguir realizar os teus sonhos, vais fazer o curso que decidires fazer e, o teu futuro é risonho de certeza. Obrigado e parabéns aos dois, parabéns à escola. 


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