Primeiro-ministro
considera que o país só prospera se nenhuma parte dor deixada para trás.
O
primeiro-ministro, António Costa, passou sábado pela Feira do Fumeiro de
Vinhais, onde afirmou que o concelho é um bom exemplo do impacto que a
descentralização pode ter no desenvolvimento regional.
O
chefe de governo considera que dar mais competências às autarquias pode ajudar
a valorizar a economia dos respectivos territórios. Elogiando o autarca de
Vinhais, referiu que ao longo dos três mandatos Américo Pereira “muito
contribuiu para o desenvolvimento da sua terra e isso é um bom sinal daquilo
que é o novo papel dos autarcas, o de valorizarem os seus recursos próprios, os
seus produtos naturais, dinamizarem a economia do seu território”.
O
primeiro-ministro falou de “um papel novo das autarquias” e sustentou que “dar
às autarquias mais meios, mais recursos e mais competências é ajudá-las a
contribuírem ainda mais para o desenvolvimento regional e do país”.
António
Costa agradeceu aos que sabendo das dificuldades de viver em Trás-os-Montes,
“de onde é difícil chegar aos grandes mercados, não desistem de estar na sua
terra”. Para o primeiro-ministro é necessário promover o que há de melhor em
cada região, porque, acredita “é valorizando os seus produtos que mais se
valoriza território e mais se desenvolve o país”.
“E
se nós queremos todo um país mais próspero, com uma economia melhor, com a
riqueza mais bem distribuída por todos, nós não podemos deixar nenhuma parcela
do território nacional por desenvolver e temos de puxar pelo melhor de cada uma
das regiões”, adiantou ainda.
Passos destaca vitalidade da
feira
Por
Vinhais passou ainda este fim-de-semana o presidente do PSD e
ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que abordou também o tema da
descentralização, frisando que, apesar de ter “ouvido as intenções do Governo”,
“para já o PSD foi ainda o único partido que apresentou mesmo projectos na
Assembleia da República”.
O
líder do principal partido da oposição sublinhou o impacto económico da feira e
justificou a visita com “a grande vitalidade” que o certame mantém
“É
um evento que atrai pessoas de quase todo o país e, de certa maneira, é uma
forma de promover produtos que são regionais, que de certo modo trazem valor
acrescentado a esta região”, sublinhou.
O
presidente da Câmara Municipal de Vinhais, Américo Pereira, destacou a
importância deste certame que é “uma montra de produtos” e adiantou que sector
que movimenta mais de 6 milhões de euros ao ano. “As empresas e pessoas que
participam no certame não trabalham somente para estes quatro dias, trabalham
todo o ano”, acrescentando que representam “mais de trezentos postos de
trabalho directos”. O autarca destacou ainda que o impacto da Feira do Fumeiro
de Vinhais está patente “nos 400 expositores instalados na feira e na hotelaria
lotada, em Vinhais e em concelhos limítrofes”.
Capacidade hotelaria lotada
Na
37.ª edição da feira do fumeiro de Vinhais, participaram cerca de 400
expositores, a maioria a vender os melhores produtos da região, com destaque
para o fumeiro, que, como é tradição, é pouco para a procura.
Isso
mesmo confirmou Idalina Afonso que participa na feira há mais de 20 anos.“Já
vendi muito, chouriças já não tenho, já tenho clientes certos de há muitos
anos”, explicou a expositora.
Natália
Vaz, de Fresulfe, diz que o segredo “é temperá-los e afumá-los bem”. Leva todos
os dias um novo carregamento de fumeiro que produz em casa e diariamente
esgota.
Também
Maria Alice Alves não se queixa das vendas. Participa na feira desde a primeira
edição, em 1981 e garante que escoa tudo. “Nunca me sobeja nada, ainda
precisava de mais, temo muito bons fregueses”, referiu.
Este
ano, a organização estima que cerca de 70 mil pessoas tenham visitado o certame
de Vinhais, uma das feiras do fumeiro mais antigas do país.
Criação de Agrupamento de
apoio a produtores de carne de raça Bísara
Organizar
a produção de carne de suíno de raça Bísara com Denominação de Origem Protegida
(DOP) e ajudar a colocá-la no mercado, é o objectivo do Agrupamento de
Produtores de Carne de Suínos Bísaros. Esta entidade viu a sua sociedade
comercial constituída dia 10, durante a feira do fumeiro de Vinhais.
Este
é um agrupamento criado para colmatar as dificuldades na venda da carne e que
segundo Carla Alves, da Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça
Bísara, “é preciso de juntar a oferta dos produtores e depois comercializar
tudo junto, porque até hoje não conseguimos ter um local onde pudéssemos ter a
compra da carne de Bísaro DOP”, explica. Depois de ter sido constituída a
sociedade comercial, o passo seguinte é pedir o reconhecimento como agrupamento
de produtores. Carla Alves considera essencial que exista uma estrutura de
comercialização “ para conseguir aceder a fundos comunitários, fazer
candidaturas para promoção, para comercialização e até mesmo para o
funcionamento do próprio agrupamento”.
Entre
outras coisas, vão responsabilizar-se pela comercialização, garantia do
escoamento da carne, apoio na compra de alimentação e medicamentos para os
animais.
Há
uma procura crescente do produto e Carla Alves garante que a produção da região
tem capacidade para crescer caso o mercado assim o exija. As explorações na
região são 200, a maioria de pequenos produtores.
O
documento que vai dar origem ao agrupamento foi assinado por 20 produtores,
pelo Instituto Politécnico de Bragança, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto
Douro, o presidente do município de Vinhais, o Director Regional da Agricultura
e Pescas do Norte, Manuel Cardoso, e o Director-Geral de Alimentação e
Veterinária (DGAV), Fernando Bernardo, havendo ainda várias autarquias que
manifestaram interesse em fazê-lo.
Escrito por: Jornalista Olga
Telo Cordeiro
Retirado de www.jornalnordeste.com
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