terça-feira, 27 de dezembro de 2011

É tempo

É tempo de família
reduzido a um único fim-de-semana
Já não há horas de qualidade
apenas horas
que é preciso aproveitar
como se fossem as últimas
sem nunca terem sido as primeiras

É tempo.
passa tão rapidamente
ou tão devagar
que me custa saber
se alguma vez saberei
que dias são estes de agora

Se não fosse, já, o Natal passado
talvez sentisse alegria,
verdadeira.
A que agora sinto
ou minto
é tão pouco consistente
que os dias raiados de sol
gelam-me como as noites
cobertas de geada.

As horas arrastam-se
como fantasmas anónimos
em anónimas casas
onde já não vive ninguém...

Mara Cepeda

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