sábado, 19 de fevereiro de 2022

SABOR BRASIL (3)

Maria Clara, conforme combinado, à hora certa, encontrava-se, acompanhada pelo pai, à porta da escola com uma pequena pasta onde levava pouco mais do que um caderno e um estojo.

O seu coração batia ligeiro, querendo saltar pela boca, tal era a aflição de enfrentar aquele mundo novo e enorme. A escola era muito grande, pelos seus padrões absolutamente gigantesca. Olhou para o pai com o olhar assustado como que a perguntar se podia voltar para casa. O pai sorriu o seu melhor sorriso.

- Não tenha medo filha. Você vai ver que a escola é maravilhosa e depressa você vai se habituar. Vai correr tudo bem. Tudo vai dar certo.

Timidamente, a menina acenou com a cabeça. Estremeceu ao som do toque de entrada. Apertou com força a mãe quente que amparava a sua e o pai, baixando-se, fixou nela o olhar meigo e sereno e disse-lhe:

- Hoje você vai viver um dia muito diferente daquilo que conhece. O colégio é grande, são muitos alunos, muitos professores, muita gente. Os seus colegas vão olhar pra você insistentemente. Não tenha medo. Não fique envergonhada. É normal, também te estão estranhando. Tenha calma e se tiver dúvidas fale com a professora. 

Deu-lhe um beijo, entrou com ela no edifício e levou-a à sala de aulas. Falou brevemente com a professora e saiu.

Maria Clara sentou-se afogueada, o coração aos saltos. Estendeu o olhar pela sala e pelos colegas mais próximos e ouviu a voz da professora a chamá-la. Deu um salto na cadeira e balbuciou um quase inaudível "Sim senhora professora?"

- Vem aqui querida. Vou apresentá-la à turma. 

Perante a insegurança da aluna, insistiu...

- Não tenha medo, venha.

Levantou-se trémula e dirigiu-se hesitante para o estrado onde se encontrava a docente que a apresentou à turma. Por sua vez, cada um dos colegas se apresentou.

Se lhe perguntassem o nome dos colegas, não saberia dizê-los. Apenas fixou o da sua colega da direita, Carolina e a da esquerda, Vilma.

Começou finalmente a aula.  

  

Sem comentários:

Enviar um comentário