Sala
mítica da cidade de Bragança, consumida pelas chamas na madrugada de sábado,
aguarda agora que o projecto da cadeia de hotéis Premium lhe devolva a
dignidade a que habitou os brigantinos.
Os
milhares de aplausos que se fizeram ouvir na sala do cineteatro da Torralta, em
Bragança, deram lugar a lágrimas de muitos brigantinos que se reviram nas
cinzas da sala, cujas imagens abriram noticiários nacionais, no passado sábado
e se espalharam de forma viral pelas redes sociais, acompanhadas de comentários
de brigantinos saudosos dos espectáculos e filmes a que ali assistiram.
Recorde-se que este emblemático edifício da cidade de Bragança demorou
cerca de 10 anos a ser construído pelo Montepio Geral, que ainda mantém uma
agência no rés-do-chão da infra-estrutura, a partir da qual terá sido
disparado o alarme de incêndio. Concluído na década de 70, foi gerido pela
empresa Torralta que o colocou em funcionamento como unidade hoteleira e
cinema. A obra foi projectada pelo arquitecto Viana de Lima, inserindo-se no
conjunto de obras do Plano Municipal de Urbanização de Bragança, que começou a
se implementado na década de 60 e incluiu obras como o Hospital, a Escola de
Enfermagem e o Parque de Campismo.
No
caso do edifício do Montepio, a sétima arte esteve em exibição neste local ao
longo de mais de duas décadas. No final da década de 90 foi adquirido por um
empresário de Bragança que o transformou em Hotel S. José durante cerca de 5
anos. Em 2011 foi vendido a uma empresária chinesa que abriu um restaurante no
primeiro andar, durante pouco mais de um ano. Agora promete tornar-se num hotel
de referência da cidade e voltar a exibir filmes.
A
cadeia de hotéis Premium anunciou em exclusivo ao Jornal Nordeste, no passado
mês de Setembro a intenção de investir cerca de 6 milhões de euros na remodelação
do edifício. O projecto prevê um cine teatro, exactamente no mesmo local do
antigo e com a mesma capacidade, ou seja: 600 lugares.
Retirado de www.jornalnordeste.com
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