O livro, de autoria de José Mário
Leite, o Milagre das Rosas, é sobre Vila Flor, pessoas e história, e foi
pretexto para homenagear o Pe. Leite, tio do autor, contando com a presença de
Dom Delfim, Bispo Auxiliar de Braga, amigo próximo do homenageado. A
apresentação aconteceu no dia em que se assinalaram 700 anos da morte de Dom
Dinis.
Dom Dinis é figura central na
história de Vila Flor, a ele se deve o seu nome que, batizando em 1286 a antiga
“Póvoa d’Além Sabor” de Vila Flor.
O Rei Poeta, juntamente com a sua
mulher, rainha Dona Isabel, são as figuras centrais do “Terceiro Milagre das
Rosas”, uma narrativa que mistura factos e personagens reais com fabulação, fé
e religiosidade com fantasia e premonições.
“A ideia original foi do meu tio,
padre Joaquim Leite, que já não teve tempo de escrever a história e me incumbiu
a mim dessa tarefa”, contou o autor, José Mário Leite na apresentação desta
obra. “Ainda discutimos muito qual seria o título, o meu tio não era dado a
exageros, tinha horror ao ridículo e eu tentei convencê-lo, recorrendo aos
autores clássicos, que mais vale ‘o impossível que persuade, do que o possível
que não persuade’, mas não o convenci”, recorda. A responsabilidade ficou nas
mãos de José Mário Leite: “agora és tu que tens de descalçar a bota”, refere o
autor recordando as palavras do tio.
E assim fez, usou “um milagre”
altamente mediático para contar a história de amor de Dom Dinis e Dona Isabel
de Aragão, com todo o exagero que de forma explícita sugere a recriação da
“renovação dos votos de amor” entre os monarcas, num episódio que foi encenado
pelo Grupo de Teatro Filandorra e apresentado durante o lançamento do livro.
Esta apresentação, para além da
referência ao septingentésimo aniversário do Rei Dom Dinis, assumiu especial
significado pela homenagem prestada ao autor da ideia do livro, o padre Joaquim
Leite, figura muito estimada em Vila Flor, onde passou os últimos 16 anos da
sua vida. Dom Delfim Gomes, Bispo Auxiliar de Braga, amigo próximo do Pe Leite,
participou nesta homenagem, com um emotivo relado sobre a relação de amizade,
companheiros e cumplicidade que existia entre ambos. “Era um Homem do Povo, que
trabalhou para o povo, se inseriu na comunidade e viveu intensamente a sua
cultura; era um Homem de Deus, uma pessoa singular; e era um Homem de Deus para
os outros”, afirmou.
Este livro contou com o apoio da
Câmara Municipal de Vila Flor. O presidente do Município, Pedro Lima,
manifestou profunda “gratidão” a um homem que caracteriza pela “imensa bondade,
disponibilidade e entrega absoluta”. Do legado que o Pe Leite deixou, o autarca
destaca o “Hino da Nossa Senhora da Assunção” e também a concretização de um
sonho, a aquisição de um órgão de tubos para o Santuário de Nossa Senhora da
Assunção, onde atualmente as crianças do Concelho aprendem a tocar.
Homem de letras e da música,
Pedro Lima refere que esta pequena homenagem foi mais uma forma de manter viva
a memória do Pe. Leite recordado em Vila Flor pela sua alegria, simplicidade e
bondade.
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