terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
25/02/25
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Jorge Morais - Personagens (11) - Jovens pastores no parque de Montesinho
Numa destas manhãs gloriosas de geadas e até neve a luzir no cume do monte espanhol próximo de "La Tejera", apanhei estes dois jovens pastores das aldeias de Maçãs e Fontes Transbaceiro que se amparavam ao respetivo cajado enquanto o sol intentava romper a bruma dessa manhã gélida.
A simetria dinâmica com que se encostavam chamou-me de imediato a atenção e, apresentando-me, pedi-lhes se podia tirar-lhes a foto o que aceitaram sem se descomporem, isto é, ficaram tal como estavam, o que foi bom.
Digo com franqueza que o momento lumínico e ambiental vivido era ainda muito mais cativante do que a foto poderá transmitir. A geada no chão mais branca e texturada, o sol de nascente e muito baixo iluminando o rosto dos jovens, as varas e o dorso das ovelhas com muito contraste, as árvores do souto no montículo de fundo apresentando a evidência de alguma neve criavam uma atmosfera tipicamente do nosso reino, quer dizer do Trás-os-Montes a sério, aquele a que desde há muito nos habituáramos.
Os rostos e o corpo dos jovens também caracterialmente e compositivamente interessantes. A postura muito semelhante em ambos embora em contraponto, destacando-se ainda o modo como replicam o mesmo modo de sujeitar o cajado por debaixo dos braços cruzados; no rosto, o mais velho, evidencia um sorriso frontal e de confiança (apesar do pau na mão...); o outro, mais novo, ligeiramente atrás, não consegue desmascarar um olhar mais franzido e semblante algo carregado, como que perguntando:
- Quem é este?
Pois bem este era o Jorge Morais com a sua velha nikon FM2 que quis
madrugar tanto, pelo menos, como estes pastores, e digo, estava um frio de rachar.
Felizmente a máquina era robusta e o filme que eu próprio revelei minimamente cumpriu.
Jorge Morais
P.S.: Olá meninos, aí vai uma foto a combinar com os tempos de inverno que agora aparece, nomeadamente a geada e a neve. Espero que gosteis. (Jorge Morais)
Olá Jorge. Linda fotografia. Conseguiste captar o momento exato, perfeito, único da inocência camuflada de uma manhã gélida, na franqueza do olhar ofertado pelos dois jovens pastores. Assim nascem momentos únicos que fazem a diferença e nos tornam felizes e agradecidos pelo privilégio de estarmos aqui. (Maria e Marcolino Cepeda)
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
Continuação da entrevista realizada ao Dr. Fernando Calado
Recordo-me, na minha
juventude, quando o Carlos Pires, no Cantinho dos mais Jovens, publicava
uma poesia minha, para mim tinha um valor, um património, um
reconhecimento para além do que seria normal. Eu escrevia imenso no Mensageiro, mas era mais uma peça que não valorizava. Não valorizava
tanto.
Quando a poesiazinha saía pela
mão do Carlos Pires, para mim tinha um valor enorme. Porquê, efetivamente, já
tinha letra redonda no jornal. E o jornal valia.
Conto, a propósito do jornal, o
caso do tio José Maria, da minha aldeia que comprava o jornal todos os
meses, e num desses jornais vinha o rapto do navio Santa Maria pelo
Henrique Galvão. Leu-se na aldeia a notícia no jornal, mas o
tio José Maria não voltou à cidade tão depressa. Portanto, para a
comunidade de Milhão, o barco nunca mais apareceu. Porque nunca leram o jornal que dizia que o barco tinha sido resgatado. Naquele tempo o valor que
tinha a imprensa era incrível. Na altura dizia-se: "Veio no jornal!" E ninguém duvidava que
tinha vindo no jornal e que era verdade.
Mas, se calhar, isso fez uma
diferença muito grande para muita gente. O jornal “Mensageiro de
Bragança” foi, de facto, uma escola importantíssima na construção, na
visualização e na divulgação de muita gente que hoje está no mundo das
letras. Foi aí, que fez a sua aprendizagem.
(M.C.): Sim. Eu não sabia, não conhecia o jornal “Mensageiro de
Bragança”. Aprendi com o Marcolino que me falou do “Mensageiro” e de toda a
juventude ligada a ele. Tudo o que vocês fizeram, do que escreviam e
daquilo que se publicava. Numa determinada altura, por indicação do Padre
Sampaio, foi obrigado a escrever com pseudónimo, porque tinha publicado qualquer
coisa no jornal que o Senhor Ministro do Interior, Dr. Rapazote, entendeu que não
era adequado.
(F.C.): No meu caso, ainda era mais difícil publicar no jornal porque era seminarista. Significa que era preciso ter, por um lado, cuidado com questões políticas, por outro lado, com questões da sexualidade, nomeadamente do amor.
O que quer dizer que publicar um poema
amoroso podia ser motivo de expulsão. Portanto, era, de facto, um
seminário conservador onde eu vivi alguns anos. Fiz uma grande
aprendizagem. Na minha idade, por várias razões. Na literatura, onde se lia muito,
porque não havia televisão, nem havia entretenimento. Ao nível da filosofia, e,
na minha idade, a camaradagem. É que nós éramos os primeiros a enunciar
coisas que eram próprias da época e que, mais tarde, teve efeito.
(M.C.): Sim. Foi uma escola, sem dúvida. O meu marido,
Marcolino Cepeda, recorda-se de uma peça de teatro de que gostou muito, levada
a cabo em milhão, a que assistiu com o Padre Sampaio, em que todas as
personagens eram representadas por homens, a exemplo do teatro grego, e
que ele, com o pseudónimo de José Valverde, escreveu um artigo no
jornal Mensageiro de Bragança. Lembra-se?
(F.C.): Sim. Milhão foi uma das poucas aldeias que nessa
altura, teve um grupo de teatro, que foi dirigido por mim, como
estudante, como seminarista, e como pessoa que gostava de teatro. Portanto,
durante meia dúzia de anos ou mais, tivemos um grupo de teatro ativo, que só
funcionava no verão. Mas, no verão, corríamos várias localidades a
apresentarmos esse teatro, chegando a vir à Torralta. No início, Marcolino
tem razão, é só um grupo de teatro de homens. Porque não era muito
saudável, muito reconhecido, que as mulheres tivessem uma exposição
pública dentro deste machismo bem transmontano.
Finalmente, conseguimos abrir esse
preconceito e chegamos a representar peças que entravam nas cenas de
filmes, nomeadamente a “Casa de Pais”, grandes dramalhões, com a
plateia toda a debulhar-se em lágrimas. E o teatro chegou a ter tanta
importância que, quando foi, no 25 de Abril, nas célebres campanhas de
dinamização cultural do MFA (Movimento das Forças Armadas), foram um
tenente e umas praças a Milhão a saber do grupo de teatro, porque lhe
tinham dito que era um grupo de teatro revolucionário e eles precisavam de um grupo
de teatro para as campanhas de dinamização cultural.
O tenente perguntou: “Quem é
o responsável pelo teatro? Respondi: “Sou eu.” “Quanto é que o camarada
precisa para manter este teatro?” Respondi: “Precisamos de dois ou três
contos.” Disse o tenente a um dos praças: “Passa aí um cheque de 20 contos ao
camarada.”
CONTINUA
Maria e Marcolino Cepeda
45ª edição da Feira do Fumeiro de Vinhais superou expectativas (Publicado em 10/02/2025) (Escrito por Brigantia; Jornalista: Cindy Tomé)
Com várias toneladas de fumeiro vendidas,
ultrapassando até os números do ano anterior, o certame confirmou, mais uma
vez, a sua importância no panorama gastronómico nacional
A 45ª edição da Feira do Fumeiro de Vinhais voltou a
ser um sucesso. Com várias toneladas de fumeiro vendidas, ultrapassando até os
números do ano anterior, o certame confirmou, mais uma vez, a sua importância
no panorama gastronómico nacional.
Entre os 70 produtores de enchidos presentes no
certame, dos quais 50 são do concelho de Vinhais, o balanço das vendas
revelou-se muito positivo.
Iara Monteiro contou que por volta das 15h já tinha
“quase tudo vendido” e acrescentou que “a feira ultrapassou as expectativas”.
“Quinta e sexta-feira são sempre dois dias mais
calmos, mas depois sábado e domingo são dois dias excelentes. É uma feira onde
se vende bastante produto”, contou outro dos produtores que expôs os seus
enchidos.
Já Diogo Pires afirma que, no sábado, esteve “acima
das expectativas”. “Acho que foi uma grande aposta do município escolherem o
Tony Carreira porque acabou por atrair muita gente, mas está a ser muito bom e
está a cumprir as expectativas, até a superá-las. As alheiras estão,
praticamente esgotadas, ainda temos de tudo, mas as vendas correram bem e é
isso que nós faz vir até aqui”, contou.
O presidente da Câmara Municipal, Luís Fernandes,
afirma que o número de visitantes foi elevado e garante que o número de vendas
superou os valores do ano anterior.
“O balanço é extremamente positivo, não só pelo
número de pessoas que vieram à feira, mas também pelas vendas, pela forma como
decorreu a feira. Repare, ainda faltam quatro ou cinco horas para o
encerramento da feira, e já há muitos locais que estão completamente esgotados.
Isso é o melhor sinal. Correu bem, as pessoas venderam e, portanto, é, cada vez
mais, um sucesso. Não temos ainda, digamos, um balanço completamente correto,
sabemos é que foram vendidas várias toneladas de fumeiro, mais do que no ano
anterior, e, se houvesse mais, mais se venderia, com certeza”, contou o
autarca.
A Feira do Fumeiro de Vinhais deste ano começou na
passada quinta-feira e terminou ontem. Contou com as atuações musicais de Ana
Moura, Tony Carreira e DJ Kura.
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
José Mário Leite apresentou “O Terceiro Milagre das Rosas” (Publicado no jornal "Mensageiro de Bragança")
O livro, de autoria de José Mário
Leite, o Milagre das Rosas, é sobre Vila Flor, pessoas e história, e foi
pretexto para homenagear o Pe. Leite, tio do autor, contando com a presença de
Dom Delfim, Bispo Auxiliar de Braga, amigo próximo do homenageado. A
apresentação aconteceu no dia em que se assinalaram 700 anos da morte de Dom
Dinis.
Dom Dinis é figura central na
história de Vila Flor, a ele se deve o seu nome que, batizando em 1286 a antiga
“Póvoa d’Além Sabor” de Vila Flor.
O Rei Poeta, juntamente com a sua
mulher, rainha Dona Isabel, são as figuras centrais do “Terceiro Milagre das
Rosas”, uma narrativa que mistura factos e personagens reais com fabulação, fé
e religiosidade com fantasia e premonições.
“A ideia original foi do meu tio,
padre Joaquim Leite, que já não teve tempo de escrever a história e me incumbiu
a mim dessa tarefa”, contou o autor, José Mário Leite na apresentação desta
obra. “Ainda discutimos muito qual seria o título, o meu tio não era dado a
exageros, tinha horror ao ridículo e eu tentei convencê-lo, recorrendo aos
autores clássicos, que mais vale ‘o impossível que persuade, do que o possível
que não persuade’, mas não o convenci”, recorda. A responsabilidade ficou nas
mãos de José Mário Leite: “agora és tu que tens de descalçar a bota”, refere o
autor recordando as palavras do tio.
E assim fez, usou “um milagre”
altamente mediático para contar a história de amor de Dom Dinis e Dona Isabel
de Aragão, com todo o exagero que de forma explícita sugere a recriação da
“renovação dos votos de amor” entre os monarcas, num episódio que foi encenado
pelo Grupo de Teatro Filandorra e apresentado durante o lançamento do livro.
Esta apresentação, para além da
referência ao septingentésimo aniversário do Rei Dom Dinis, assumiu especial
significado pela homenagem prestada ao autor da ideia do livro, o padre Joaquim
Leite, figura muito estimada em Vila Flor, onde passou os últimos 16 anos da
sua vida. Dom Delfim Gomes, Bispo Auxiliar de Braga, amigo próximo do Pe Leite,
participou nesta homenagem, com um emotivo relado sobre a relação de amizade,
companheiros e cumplicidade que existia entre ambos. “Era um Homem do Povo, que
trabalhou para o povo, se inseriu na comunidade e viveu intensamente a sua
cultura; era um Homem de Deus, uma pessoa singular; e era um Homem de Deus para
os outros”, afirmou.
Este livro contou com o apoio da
Câmara Municipal de Vila Flor. O presidente do Município, Pedro Lima,
manifestou profunda “gratidão” a um homem que caracteriza pela “imensa bondade,
disponibilidade e entrega absoluta”. Do legado que o Pe Leite deixou, o autarca
destaca o “Hino da Nossa Senhora da Assunção” e também a concretização de um
sonho, a aquisição de um órgão de tubos para o Santuário de Nossa Senhora da
Assunção, onde atualmente as crianças do Concelho aprendem a tocar.
Homem de letras e da música,
Pedro Lima refere que esta pequena homenagem foi mais uma forma de manter viva
a memória do Pe. Leite recordado em Vila Flor pela sua alegria, simplicidade e
bondade.
GNR avança com “e-Guard” para socorro à população sénior (Retirado de www.mdb.pt)
“O projeto ‘e-Guard’ está
inserido numa estratégia que está no alinhamento da Guarda Nacional Republicana
(GNR) para o ano de 2025, no distrito de Bragança, que está focada nas pessoas,
no âmbito da prevenção criminal e policiamento comunitário, como prioridades”,
indicou o oficial de relações públicas do comando da GNR com sede em Bragança,
Vítor Romualdo.
O projeto “e-Guard” assenta num
equipamento eletrónico que procura desenvolver uma resposta integrada de
segurança, ação social e saúde, especialmente dirigido às pessoas mais
vulneráveis, como “uma resposta eficaz no socorro e apoio aos maiores de 65
anos”. “Este projeto já se encontra implementado em alguns comandos distritais
da GNR, havendo agendamentos para alguns municípios dos distritos de Bragança,
para o mês de fevereiro. A seleção das pessoas vai ao encontro dos idosos
sinalizados durante a operação anual Censos Sénior, respondendo a critérios de
dependência, incapacidade, solidão ou isolamento”, vincou este oficial da GNR.
Publicado por Francisco Pinto, 2025-02-06
terça-feira, 4 de fevereiro de 2025
REZINGA - Escritos dispersos (Livro publicado em 1999, composto por artigos de opinião, publicados em jornais da região)

Esperamos feedback. Obrigado.
Marcolino Cepeda
BARRISMO
Diz-se de Bragança não ser
bairrista, como se se tratasse de uma característica muito intrínseca, senão
mesmo biológica, da sua população.
Parece-nos um tema interessante,
não exatamente para aqui dissecar e aprofundar ou alongar com laivos de algum
pretensiosismo de ordem psicológica ou social, mas antes para apontar
determinados aspetos ou pormenores que, do nosso ponto de vista, poderão
contribuir para uma análise mais alargada e que reputamos cada vez mais
indispensável face aos tempos que correm e aos que virão e nos quais o nosso
bairrismo está a ser posto à prova, de forma particularmente incisiva mas
cuidada e objetiva e, provavelmente, determinante.
Obviamente não estamos a falar do
bairrismo de bons e maus.
Também não nos referimos ao conceito
de bairrismo ditado por uma expressão, de todos nós conhecida e que se me
afigura ingénua e totalmente infundada.
Vamos ocupar-nos do esforço de uma
região em vencer, por si própria, toda a espécie de dificuldades, a juntar às
que lhe são impostas pela situação geográfica e pelos desfavores da natureza.
O que para nós é absolutamente
fundamental é que, a partir de determinada altura, Bragança agitou-se, venceu o
marasmo para que se tinha deixado arrastar e iniciou um percurso de
desenvolvimento a vários níveis.
E é então que, a juntar-se àqueles
que nunca se tinham conformado, surgem muitos outros e convictamente se começa
a revitalizar e afirmar o nosso bairrismo. Revela-se um espírito
verdadeiramente empreendedor, que se mantém, apesar de adversidades de vária
ordem.
É a este dinamismo, a esta
capacidade de gestão e de perspetiva, progredindo e fazendo progredir, que
podemos chamar bairrismo.
Podemos chamar bairrismo a
esforços individuais verdadeiramente notáveis, a juntar ao alargamento de
implantação e o despontar de organismos e coletividades, todos eles voltados
para a defesa dos melhores interesses da região.
Não sendo necessário recuar muito
no tempo, surgem-nos exemplos bem significativos.
Desde finais do século passado,
Bragança viu nascer ou acolheu personalidades marcantes das letras, das artes e
do pensamento que impulsionaram o seu desenvolvimento a impor Bragança nos
centros de decisão.
Muitos houve que, no seu esforço
anónimo e desinteressado contribuíram para o desenvolvimento da sua terra.
E são esses esforços, a par de
outros que, por qualquer motivo, mais se possam notabilizar, que constituem o
verdadeiro suporte, a força que está sempre presente.
As décadas passadas marcaram o
aparecimento de escritores que, pelo seu talento, se têm vindo a impor a nível
nacional. É aqui, também, de assinalar os esforços que em várias ocasiões foram
feitos para impor publicações cuja atribuição fundamental era a defesa da nossa
terra.
Mas, num esforço de participação e
empenhamento a vários níveis, outras coletividades têm surgido e se mantêm, por
vezes, de forma atribulada o que é, aliás, comum, mas tendo sempre presente a
necessidade de agrupar e trabalhar numa causa que torne mais agradável e útil o
nosso quotidiano.
Tentamos, apenas, fazer uma breve
abordagem ao esforço de muitos bragançanos que, ao longo dos anos se têm
empenhado profundamente e têm dado o seu melhor na valorização deste espaço.
Muito desse esforço resultou
inglório e tantas vezes mal compreendido. Mas, o que ficou é bastante e há de
servir-nos sempre e, sobretudo como incentivo.
Continuemos, ainda, a falar do
nosso bairrismo, aquele que entronca com a nossa personalidade coletiva, com a
nossa forma de ser e de estar.
Por tudo isto, defendemos que bairrismo é lutar contra a mentalidade centralista e provinciana, que continua a imperar e a impor-nos receitas inadequadas e fora de prazo. Bairrismo é, por isso mesmo, a consciencialização de todos na assunção e defesa das nossas potencialidades, dos valores culturais que nos são próprios e que nos moldaram.
Bairrismo é, ainda, o sentimento comunitário das nossas aldeias que há que preservar, não como uma coisa fechada, mas procurando o equilíbrio com o progresso e o bem-estar convencional, mas ao qual, pensamos, se deve exigir que as populações tenham pleno acesso.
Devemos ser bairristas na procura
de uma melhor saúde, de um melhor ensino, de um desenvolvimento tecnológico e científico
que permitam uma melhoria significativa das condições de vida das populações.
Assim, em jeito de conclusão,
bairrismo é o sentimento comum pela nossa terra, entendido numa perspetiva de
defesa das nossas potencialidades e valores culturais.
Amanhã
Amanhã de manhã acordarei antes que o alarme do telemóvel chame por mim.
É sempre assim... Acordo sempre antes de
ti.
Como todas as manhãs, far-te-ei um breve
gesto de carinho.
Rir-te-ás, ao de leve, antes de dizeres:
"Bom dia amor!"
Um efémero beijo nos lábios e levanto-me
a sorrir como quem acorda num cálido dia de primavera.
Um duche rápido, visto-me
confortavelmente para mais um dia de trabalho.
O sol brilha na janela, a geada
espraia-se pelo espaço exterior. Lindo!
Levanta-te dorminhoco. O dia espera por
ti. Há muito que fazer. Há muito que sorrir...
Anseio por dias felizes, por almas
puras, por horas maduras...
Somos o sim onde impera o não.
Somos o bem onde vinga o mal...
Pergunto-te o que fazer e dizes: Não
sei!
Não te preocupes. Juntos saberemos,
talvez, dar-nos uma resposta.
Divago... Divagamos os dois como os
grandes génios que nos suplantam, esses com mais certezas do que nós. Quem
sabe?
O mundo, o nosso mundo segue o seu
caminho.
Para onde? Não sei.
Será que se esconde? Onde?
Só o tempo o dirá…
(Texto e fotografia)
Maria Cepeda