Representantes do politécnico e do governo timorense
estiveram em Bragança para discutir a formação da nova instituição
O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) está a
apadrinhar a criação do primeiro politécnico de Timor-Leste. A instituição de
ensino superior transmontana vai ajudar a desenvolver as vertentes científicas
das ofertas formativas da escola superior que deverá começar a funcionar já em
Janeiro do próximo ano.
O IPB recebeu na semana passada uma delegação de
Timor, composta por representantes do ministério da Educação, da embaixada de
Portugal em Timor e da futura da instituição timorense, que também se designará
IPB, ou seja, Instituto Politécnico de Betano.
O presidente do Politécnico de Bragança, Sobrinho
Teixeira, espera que esta colaboração seja proveitosa para as duas
instituições, perspectivando “uma troca de experiências entre ambas as
instituições”.
“Iremos receber aqui professores e funcionários, que
vão ver uma instituição que iniciou o seu percurso há mais de 30 anos e,
portanto, já tem alguma experiência. Naturalmente, também haverá deslocação do
nosso corpo docente e de funcionários para Timor mas, sobretudo, haverá um
enriquecimento conjunto. Há um ganho muito grande para o politécnico de
Bragança, através dessa partilha de experiências, de poder ter novos horizontes
e fazer novas investigações…”, frisou o responsável.
O IPB colaborou já anteriormente na criação de
instituições similares em Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe. A
instituição tem o único mestrado em agricultura tropical em Portugal, o que
pode ter aplicações em Timor.
As aulas serão leccionadas maioritariamente em
português e os primeiros dois cursos técnicos superiores serão em engenharia
civil e em produção animal e vão receber cerca de 270 alunos.
Acácio Cardoso Amaral, o presidente da comissão
instaladora do Instituto Politécnico de Betano, refere que estas são áreas
importantes no desenvolvimento do país, visto que o governo tem projectos
importantes de construções e que o país é muito dependente do mercado externo
em matéria de carne. “O governo quer criar uma nova universidade pública
técnica para poder receber mais jovens que terminem o ensino secundário e
especialmente para os preparar para terem competências técnicas para que quando
se formarem possam contribuir para o desenvolvimento do nosso país”, sublinhou.
Este ano, em Timor cerca de 18 mil alunos completam
o ensino secundário e a Universidade da Nacional de Timor Lorosae só tem
capacidade para acolher 4 mil. Os restantes jovens que quiserem
prosseguir estudos superiores têm de frequentar escolas privadas ou deixar o país,
e só na Indonésia estudam 8 mil timorenses.
No segundo ano de funcionamento, o Instituto
Politécnico de Betano prevê abrir mais seis cursos, contribuindo assim par
travar a saída de tantos jovens do país.
Escrito pela jornalista: Olga Telo Cordeiro
Retirado de www.jornalnordeste.com
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