Um grupo de jovens aprendeu este fim-de-semana a arte de
trabalhar a madeira à moda antiga. São cada vez menos os carpinteiros que não
recorrem às máquinas, mas na aldeia de Uva, no concelho de Vimioso, Moisés Fernandes
faz questão de transformar pedaços de madeira em peças únicas só com recurso à
força de braços e às ferramentas tradicionais.
E é precisamente a forma de trabalhar que aprendeu com o
seu pai que faz questão de ensinar aos mais novos que o procuram. Moisés
Fernandes faz questão de ensinar aos mais novos a arte tal e qual como o seu
pai lhe ensinou. É na oficina do irmão, com quem partilhava o espaço, que
Moisés recebe os jovens que querem aprender carpintaria tradicional. “Já não há
mais ninguém que saiba esta arte. Os jovens nem sabem nem querem”, confessa.
São cada vez menos é certo, mas este fim-de-semana alguns jovens participaram
no workshop organizado pela associação Palombar para não deixar morrer as
tradições do Nordeste Transmontano. Esta foi uma experiência única para quem
veio de longe e valoriza as artes tradicionais. “Sou francês e estou a aqui par
aprender a trabalhar a madeira”, referiu um dos participantes. “Eu gostava de
trabalhar na área da silvicultura e agroflorestal. A madeira vende a floresta,
por isso aprender a trabalhar a madeira é importante”, acrescenta outro
participante. As peças em madeira feitas neste workshop vão agora ser
utilizadas na recuperação de edifícios tradicionais. O presidente da Palombar,
Nuno Martins, assegura que o material utilizado na recuperação de pombais,
fornos e forjas é feito à moda antiga. O único carpinteiro que resiste em Uva
foi um dos mestres deste grupo de jovens, que aprendeu as técnicas que lhes
permitem fazer trabalhos em madeira como antigamente.
Escrito
por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário