Autarcas, universidades e empresas assinam
neste sábado uma Carta de Compromissos para o desenvolvimento de Trás-os-Montes
e Alto Douro
Com o novo quadro comunitário à porta e uma enorme
vontade de combater os grandes desafios com que o interior se tem vindo a
deparar, três instituições de ensino superior (Universidade de Trás-os-Montes e
Alto Douro e os institutos politécnicos de Bragança e Viseu), comunidades
intermunicipais (Alto Tâmega, Douro e Terras de Trás-os-Montes) e Associações
Empresariais (ACISAT, NERVIR e NERBA) juntaram-se na assinatura de uma Carta de
Compromissos para o Desenvolvimento Regional de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Apesar de na década de 80 ter sido criado um plano de
desenvolvimento rural para Trás-os-Montes, nunca antes autarcas,
instituições de ensino e empresários se uniram com este objectivo, o que leva o
reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Fontaínhas
Fernandes, a afirmar queesta é uma iniciativa inédita. “Já existiu um plano de
desenvolvimento integrado, contudo, desta vez, não é a Comissão de Coordenação
e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) que o propõe, somos nós que estamos
disponíveis para implementá-lo”, explica. O Presidente da Associação
Empresarial de Vila Real (NERVIR), Luís Tão, acredita que “este acordo dá um
passo no sentido de promover o diálogo entre as entidades, mas vai mais além -
não se limita à Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro) e aos vinhos,
vai conseguir reunir todas as associações. Também para o presidente da CIM
Douro, Francisco Lopes, “esta união é fundamental”.
Este documento, que será assinado este sábado, em Vila
Real, na presença do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, é o pontapé de
saída para o avanço de soluções concretas para a desertificação do interior. A
dinamização da economia e a elaboração de estratégias de criação de empresas
para fixar a população, são duas das prioridades dos promotores da iniciativa.
Fontaínhas Fernandes, lembra que “é preciso fixar massa cinzenta nas áreas com
potencialidades económicas, criando projectos que, além de agregarem a região,
fixem novos investigadores”. A elaboração de projectos que aumentem a produtividade
dos produtos regionais e a atracção de investimento externo são outras das
questões em cima da mesa. “Para exportar produtos do Douro ou de Trás-os-Montes
temos de ganhar escala para a internacionalização e é preciso que sejam criadas
empresas nesse sentido”, adianta Fontaínhas Fernandes.
A discussão do novo quadro comunitário foi a deixa para
que os protagonistas desta iniciativa avançassem com um projecto mais
ambicioso. “As regiões do interior já deviam ter avançado com este projecto há
20 anos sem serem obrigadas a recorrer a fundos comunitários”, acusou Luís Tão.
“A necessidade aguça o engenho. Neste momento estamos a discutir a estratégia
que nos vai permitir buscar fundos comunitários do próximo quadro e quanto mais
ambiciosos forem os nossos projectos mais fácil será ter a sua aprovação”, diz
Francisco Lopes.
Luís Tão acredita que a assinatura deste acordo “é o
ponto de partida essencial para que o Governo olhe para nós com olhos de ver”.
Para Fontaínhas Fernandes, a Carta de Compromissos para o Desenvolvimento
Regional de Trás-os-Montes e Alto Douro “é a melhor solução para o
interior”.
Por: SOFIA CRISTINO
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