quinta-feira, 27 de março de 2025

Transparência


O sol, serenamente, aquece horas vãs
que insistentemente presenteiam as manhãs
que não são minhas nem tuas...
não são de ninguém
 
De mãos dadas, caminho, talvez, mais um dia
fecho os olhos como se fosse dormir...
Espero. Não sei o que devo esperar
se a infinitude do tempo
se uma hora de magia...

E a água, lampeira, galga pequenos remansos
do pequeno rio que corre apressado
coberto de diamantes,
 lapidados pelas fadas das fontes

Onde ficam as minas das almas risonhas,
que querem ser colares de gotas transparentes?

 Se a transparência existe
porque é que insiste, este meu coração,
continuar triste, quando eu digo que não?

Fotografia e texto: Maria Cepeda

Sem comentários:

Enviar um comentário