Director do Parque Natural Regional, Artur Cascarejo,
diz que a culpa do atraso do Plano de Mobilidade é do Governo
As obras no troço
ferroviário entre Brunheda e Mirandela ainda não terminaram. O regresso à linha
do Tua foi anunciado em 2017, mas ainda não vai ser este verão que o comboio
vai apitar naquela zona. O barco rabelo também está atracado no cais da
Brunheda, em Carrazeda de Ansiães. Contrariamente ao que se perspectivava, o
Plano de Mobilidade do Vale do Tua está atrasado. A confirmação é dada pelo
presidente da Agência Regional de Desenvolvimento do Vale do Tua. Ainda assim,
João Gonçalves acredita que as obras na ferrovia estarão concluídas “em meados do
próximo mês”. “É um passo muito importante para que a entidade responsável, nomeadamente
o IMT, possa desinterditar a linha e prosseguirem os trabalhos necessários para
o objectivo final, que é o operador estar em condições de testar material circulante
na linha”, disse, sublinhando que estão num “bom caminho” para começar a operar
a curto prazo.
O director do
Parque Natural Regional, Artur Cascarejo, aponta as culpas dos atrasos para o
Governo. Era presidente da Câmara de Alijó quando a barragem de Foz-Tua começou
a ser construída. Já lá vão dez anos e diz estar farto de esperar. “Quem tem
falhado nisto não somos nós, é mais uma vez a Administração Central. Espero que
não falhe agora que estamos na fase final. O que falta é que o Estado licencie
a operação e transfira as verbas a que se comprometeu em contratos assinados”,
afirmou, salientando que está “na hora de cumprirem o que prometeram”.
O Bloco de Esquerda
pronunciou-se sobre o assunto e disse não ter sido apanhado de surpresa
relativamente a este atraso. O partido frisou que sempre se mostrou contra a
construção da barragem e na defesa da linha e, por isso, este atraso “demonstra
o quanto esta decisão foi errada”. “O rio Tua e a população merecem mais do que
este empurrar com a barriga de algo que não deveria ser necessário, porque
estaríamos muito melhor, neste momento, com uma linha do Tua mais forte e
renovada, que satisfizesse os interesses das populações e protegesse a fauna e
a flora”, lê-se em comunicado. O BE sublinhou ainda que este plano apenas servirá
o turismo e quem explora os recursos, “deixando de fora as populações e os
interesses locais”
Jornalista
Ângela Pais
Retirado
de www.jornalnordeste.com
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