Mega-investimento
de 4 milhões de euros é ansiado pela população que teme, no entanto, recuos,
como já aconteceu no passado
José
Luís Correia, presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, esteve
sábado à noite em Pombal de Ansiães, onde foi auscultar a população local sobre
a construção do novo complexo termal de São Lourenço. Evitar elefantes brancos
e encontrar soluções de financiamento são as prioridades. A população anseia
pelo investimento, mas receia recuos como já aconteceu no passado.
A
dimensão do projecto exige cautelas redobradas, daí que a autarquia tenha
querido ouvir in loco o pulsar da população e as suas posições relativamente a
este investimento. José Luís Correia, presidente do município, está, contudo,
seguro de que as obras vão mesmo avançar: “não tenho qualquer dúvida de que é
um processo que não pode retroceder”, começou por referir.
O
autarca relembra que este “é maior investimento de sempre” do concelho a que
preside e “como tal entendi por bem que se devia ouvir a população, não só do
Pombal, mas do concelho, pois estiveram aqui pessoas de outras terras, que nos
transmitissem o seu estado de alma”.
A
autarquia pediu um estudo de viabilidade económico-financeira para ajudar a
definir o modelo de construção e gestão das novas termas de São Lourenço. Há
várias possibilidades em cima da mesa, desde encontrar soluções de
financiamento alternativas, lançar um concurso de construção e exploração ou
mesmo a criação de um tipo de sociedade financeira que se aproxime do modelo
das PPP – Parcerias Público Privadas.
Cepticismo da população
O
concurso público ainda não foi lançado, mas as várias incógnitas não arrefecem
a vontade dos responsáveis políticos, que estão nesta fase à procura de
soluções.
A
população presente nesta sessão de esclarecimento denotou alguma dificuldade em
acreditar que um projecto desta dimensão avance mesmo na sua terra, até porque está
cheia de promessas que nunca se concretizaram no passado.
O
autarca de Carrazeda demarcou-se do passado longínquo e diz que só responde
pelos últimos sete anos: “eu quando cheguei à câmara não imaginava o estado em
que se encontrava o processo de São Lourenço, pensava que estaria muito próximo
de ir a concurso, que já houvesse um projecto. Posso dizer que tive de começar
da estaca zero, por isso foi uma caminhada muito longa e difícil, desde a
elaboração do projecto ao processo de licenciamento”.
José
Luís Correia quer evitar elefantes brancos no seu concelho e “para isso é
preciso fazer muitas contas antes de se dar o primeiro passo”. Contudo, sempre
vai adiantando que “estamos prontos para arrancar”, bastando encontrar os
parceiros privados para avançar com a obra, uma vez que a autarquia não poderá
nunca assumir sozinha o financiamento de uma empreitada desta dimensão, pois
isso significaria que o município não poderia assumir qualquer outro
investimento durante os próximos dois anos.
Escrito por: jornalista Hélder
Pereira
Retirado de www.jornalnordeste.com
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