terça-feira, 29 de dezembro de 2015
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
Pequeno conto de Natal
Manhã
cedo, quase madrugada, acorda como se dedos de seda acariciassem as velhas
telhas que cobriam a casa onde vivia.
Já sabia que ninguém
tinha toque tão puro e saltou da cama, cabelo em desalinho, olhos piscos de sono,
pés descalços no chão frio… abriu a portada da janela e sorriu.
Lá fora, a neve caía
leve e fria, na sua imaculada brancura. Tudo cintilava na serenidade que se
sentia naquela aldeia transmontana, ainda genuína.
Ninguém! Nem um pequeno
porco pisco imprimia a sua leveza naquela planura.
Era cedo. Não fora a
neve que caía e caíra durante toda a noite, estaria escuro como breu. Ninguém
saíra à rua naquele inverno recém-nascido.
“Maria deita-te. Ainda
é noite.”
Como se não ouvisse, e
não terá ouvido, hipnotizada pelos pequenos flocos de neve que cortavam a
escuridão, sonhava com o regresso do pai. Emigrara para Inglaterra depois de a
empresa em que trabalhava ter falido. No coração levara o peso do abandono, da
perda, da dor. Faltava-lhe a esperança do regresso. Sobrava-lhe a saudade que
já tinha.
Acordada do seu
devaneio, retira com dificuldade o olhar da beleza que reina lá fora.
“Mãe?!”
“Sim, filha?”
“Está a nevar… o Menino
Jesus já nasceu? Achas que tem frio, mãe?”
“Nasceu, amor, há
muitos anos, em Belém, na Palestina.”
“Nevava? Coitadinho!
Passou muito frio…”
Uma pequenina lágrima
rolou, pura, pelo seu rosto.
“Mãe, ele é Deus? Será
capaz de fazer um milagre se eu lho pedir com muita força?”
“Talvez, filha… O que é
que lhe queres pedir?”
“O pai, mãe. Eu
pedi-lhe que nos trouxesse o pai…”
Na rua parou um carro.
Os corações adivinharam o que a mente não queria acreditar. Maria virou a
cabeça para a janela. Lá em baixo, o pai sorria.
A menina correu a abrir
a porta e, num ápice estava nos seus braços.
O presente tinha
chegado. Já não faltava nada. Fechou os olhos e aninhou-se no amor que sentia.
O pai começou a subir os três degraus que o separavam do lar. Maria abriu os
olhos.
“Ó pai! Estragaste a
neve!”
Envolveu-lhe o pescoço com
os seus frágeis braços e riu, delirantemente feliz.
Maria Cepeda
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
Alfândega recria Aldeia Natal. Desfile de Natal vai trazer cor e solidariedade às ruas da vila
Entre os dias 7 de dezembro e 9 de janeiro Alfândega da
Fé abre ao público a Aldeia Natal, uma iniciativa do projeto Alfândega em Rede
(CLDS 3G) que pretende despertar o espírito solidário e aproximar as pessoas
nesta quadra.
Alfândega recria Aldeia Natal. Desfile de Natal vai
trazer cor é solidariedade às ruas da vila
Entre os diversos eventos da agenda preparada para a
época natalícia destaca-se a exposição de presépios das instituições locais, de
árvores de natal das juntas de freguesia e de pais natal da escola. Esta
exposição resulta da máxima do projeto de envolver em rede as diversas entidades
locais em prol do bem social.
Durante esta época, as pessoas podem ainda apreciar na
Aldeia Natal as iluminações na zona do Jardim Municipal e participar no 1º
Desfile Solidário de Natal que se realiza a 16 de dezembro. Neste dia a
população é convidada a participar, entregando um bem alimentar e recebendo em
troca um gorro de pai natal para desfilar até à Aldeia Natal. Os bens
alimentares recolhidos nesta iniciativa serão posteriormente distribuídos junto
de famílias carenciadas do concelho.
A recriação da Aldeia Natal é uma das actividades da
operação Alfândega em Rede inserida no âmbito dos Contratos Locais de
Desenvolvimento Social de 3ª geração. Este projeto foi aprovado recentemente e
resulta de uma parceria da Liga dos Amigos do Centro de Saúde de Alfândega da
Fé com a Leque e a Santa Casa da Misericórdia, com o apoio do Município.
A Aldeia Natal marca o arranque do projeto Alfândega em
Rede (CLDS 3G). A primeira iniciativa aconteceu no dia 7 de dezembro com a
inauguração da iluminação de Natal e no próximo dia 16 de dezembro, pelas 14h00
realiza-se o 1º Desfile Solidário de Natal uma iniciativa que promete encher de
cor e solidariedade as ruas da vila.

Por: Ana
Catarina Teixeira
Retirado de www.noticiasdonordeste.pt
Benjamim apresenta no Museu do Abade de Baçal em Bragança o seu novo disco “Auto Rádio
Emigrado em Londres, Luís Nunes desistiu de ser Walter Benjamin e passou a ser
Benjamim, português que canta canções pop inocentes cheias de raiva lá dentro. Ou ele ou seu novo heterónimo, um dos dois fez um disco admirável, numa língua redescoberta.
Dia 17 de Dezembro apresenta ao vivo em Bragança o seu
primeiro disco "Auto Rádio" que é um álbum de jornadas sónicas e
viagens pelo país, pela língua e pela exploração das canções, que entram umas
pelas outras como acontece nas melhores viagens, quando o rádio nos vai
alimentando as canções ao sabor da paisagem.
Para Benjamim, Auto Rádio materializa a exploração de um
novo universo cultural e linguístico que se abre à sua frente. É um disco feito
para que todas as pessoas consigam compreendê-lo sem precisarem de aprender uma
outra língua, porque lhes basta a que falam todos os dias.
Acima de tudo, é um disco em busca da identidade que
parecia adormecida durante os quatro anos em que Luís Nunes viveu em Londres.”
Município de Carrazeda oferece presentes a consumidores do comércio tradicional
Os consumidores que fizeram compras no valor de 150 euros
recebem uma garrafa de vinho e 2 kg de maçãs. Quem gastar 250 euros tem direito
a uma garrafa de vinho, uma garrafa de azeite e 3 kg de maçãs. Já em compras
superiores a 400 euros, os consumidores levam para casa uma garrafa de vinho,
uma garrafa de azeite e 5 kg de maçãs. Para poder beneficiar destas ofertas, os
munícipes terão que apresentar as facturas das compras em pelo menos cinco
lojas diferentes, totalizando um dos valores estipulados pelo município.
Por: Sara Geraldes
Retirado de www.jornalnordeste.com
Macedo ganha museu “único no país”
Museu Martim Gonçalves de Macedo recorda figura histórica
esquecida
Macedo de Cavaleiros tem um novo museu. Inaugurado este
sábado, o espaço homenageia Martim Gonçalves de Macedo e os seus feitos na
batalha de Aljubarrota, onde terá salvo a vida a D. João I.
O museu, que resulta da reconversão de uma escola
primária, tem peças originais da época medieval. De acordo com o presidente
associação terras quentes, responsável pela exposição, Carlos Mendes, trata-se
de “um espaço museológico único no país”.
“É o primeiro museu sobre a batalha de Aljubarrota e das
campanhas do Norte que se seguiram”, diz ainda o historiador. Carlos Mendes
explica que a continuidade do reino de Portugal na altura se deve ao cavaleiro
de Macedo que dá nome ao museu, e que, entende, é uma figura esquecida. “Numa
batalha da idade média, quando o rei morria, perdia-se a batalha. Martim
Gonçalves de Macedo foi o homem certo, no lugar certo, na hora certa, e como
vemos representado no museu, quando o espanhol se preparava para matar o rei,
intercedeu Martim Gonçalo de Macedo, e salvou a vida ao rei, isso quer dizer
que a ele se deve o facto de ainda hoje estarmos a expressarmo-nos em
português”, defende o investigador.
O pretendente ao trono, D. Duarte Pio, marcou presença na
inauguração e elogiou a unidade museológica, que acredita pode ser muito
“interessante e atrair portugueses e mesmo estrangeiros interessados na
história medieval”.
“Devia ser anunciado, nomeadamente no centro
Interpretativo de Aljubarrota. O museu passa a ser um bom motivo para as
pessoas cá virem , porque não encontram explicação tão boa como da Batalha de
Aljubarrota como esta”, defende ainda.
Também o presidente do município de Macedo de Cavaleiros
considera que com o Museu Martim Gonçalves de Macedo se criou um ponto de
atração turístico para a cidade. O espaço já aguardava inauguração há algum
tempo, e vai crescer no futuro, revelou Duarte Moreno. “Há um ano que estava
pronto, mas não conseguimos terminar o projecto, daí a necessidade de fazermos
a abertura do primeiro espaço, para depois fazermos candidaturas e completarmos
este puzzle”, avança o autarca. O futuro espaço contíguo à escola do Toural
deverá conter, entre outros aspectos, um espaço dedicado à recriação do
acantonamento de Castelãos.
O projecto de ampliação vai ser candidatado a fundos
comunitários nos próximos anos. A primeira fase do museu, que representou um
investimento de 150 mil euros, pode agora ser visitada mediante marcação
prévia.
Por:
Olga Telo Cordeiro
Retirado
de www.jornalnordeste.com
Presépios setecentistas divulgados pela primeira vez em livro
Os presépios setecentistas da diocese de
Bragança-Miranda, que se acredita terem influência do conhecido escultor
Machado de Castro, estão a ser identificados e divulgados pelo padre Estevinho
Pires.
Um trabalho iniciado há cerca de 15 anos pelo cónego Belarmino
Afonso, autor de um vasto trabalho de investigação e recolhas de cariz
etnográfico, que foi agora retomado pelo padre, natural de Bragança. Além de
divulgar estas obras de arte, contribuindo para a sua preservação, a obra é
também uma homenagem ao cónego, na altura do décimo aniversário da sua morte. O
autor do livro “Presépio, luz da paz de Belém” trabalhou em vários projectos
com Belarmino Afonso, destacando-se o trabalho no Departamento dos Bens
Culturais da Igreja e no Corpo Nacional de Escutas.
Numa primeira fase do trabalho, foram identificados 15
presépios. No concelho de Bragança faz-se alusão ao presépio de Donai, Terroso,
Vilarinho, Maçãs, Fontes Tansbaceiro, Soutelo da Gamoeda e Baçal. Já no
concelho de Macedo de Cavaleiros, constam do livro os presépios de Lamalonga,
Vilarinho de Agrochão e Vale Benfeito. Há ainda a identificação de presépios
deste género, no concelho de Alfândega da Fé, nomeadamente em Sambade, Vilares
da Vilariça e Castelo e, em Vinhais, foi identificado o presépio da Ordem de S.
Francisco.
O padre Estevinho Pires sublinha que este é um trabalho
ao qual pretende dar continuidade. “Ainda há muito trabalho a fazer nesta área.
Os presépios representados neste livro foram aqueles a que tive acesso mas há
muitos mais em toda a diocese. O trabalho de inventariação está a ser feito
também pela Comissão de Arte Sacra e, certamente, irão ser assinalados mais”,
constata o autor.
O livro vai ser apresentado no próximo dia 20, às 19
horas, na Catedral de Bragança, no final da eucaristia, que começa uma hora
antes, e onde os escuteiros do Agrupamento XVIII vão associar-se à “Luz da Paz
de Belém”. O agrupamento de escuteiros de Bragança, no qual o padre Estevinho
Pires desempenhou diversas funções nos últimos 21 anos, convida os participantes
a fazerem-se acompanhar de uma vela, que irão acender e levar para casa,
mantendo-a acesa até à Noite de Natal, num acto simbólico de comemoração do
nascimento de Jesus Cristo.
Depois do lançamento do livro, o padre Estevinho Pires
espera organizar mais iniciativas de homenagem ao cónego Belarmino Afonso.
Por: Sara Geraldes
Retirado de www.jornalnordeste.com
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