sexta-feira, 6 de março de 2020

Dr. Arnaldo Cadavez

Em jeito de homenagem a este convicto e grande transmontano, aqui deixamos um pequeno excerto da  entrevista que tivemos o prazer de lhe fazer há alguns anos atrás. 
Perdeu-se um homem que muito amou Trás-os-Montes, tão esquecido e tão único. 

Leia-se esta resposta a uma das perguntas que lhe fizemos durante a entrevista:

"Que a interioridade não se transforme em inferioridade… mas temos, desgraçadamente, alguns sinais de que isso pode acontecer. O que poderemos fazer, é termos a consciência de que aqui há potencialidade e há coisas boas e se nós não as soubermos explorar, há-de vir alguém que as aproveite e eu lembro-me de ter aproveitado de Fernando Pessoa, o que há de sublime na poesia de Fernando Pessoa:

“Temos a charrua perdida numa agricultura indefinida
procuremos o nosso irmão
que quer saúde
que quer trabalho
não basta pão.
Outros haverão de ter
o que houvermos de colher”.

Isto é de Fernando Pessoa. Ficamos contentes connosco quando descobrimos que, afinal a poesia tem coisas que traduzem realidades bem prosaicas. Isolamento ainda é. Repare. Ainda estamos nesta situação de isolamento. Eu bem tenho defendido, bem tenho referido tantas vezes o seguinte: defendam o que defenderem, nós precisamos muito das ligações entre municípios, mais estradas nacionais. Ainda temos estradas nacionais que são do tempo da ditadura no que respeita à sua estrutura, o perfil.
Muito mais sacrifício que uma via rápida, foi fazer uma linha férrea desde o Tua até Bragança. Isso exigiu um sacrifício incomparavelmente maior. 
Se nós tratarmos de ter as nossas acessibilidades, mas que haja ligações entre os municípios de modo que quem entra por aquilo que é a espinha dorsal das nossas comunicações que viva facilmente e comodamente para chegar a Freixo de Espada à Cinta, uma terra tão linda! A terra da excelência dos produtos de microclima. Tem que se chegar com facilidade e rapidez. Sem isso, o isolamento mantêm-se..." 

Se quiser continuar a ler, por favor, procure esta entrevista neste nosso Blogue "Nordeste com Carinho". 

Maria e Marcolino Cepeda

1 comentário:

  1. Que pena, nao sabia que tinha falaecido este senhor. Meu amigo e cliente algumas vezes, tambem sabia que fazia a "mà" lingua na Rádio Brigãntia. e tambem no tenis,ainda jogamos no campo que ele tinha em (casa). má noticia

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