Os alunos do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) ajudaram, em cerca
de três anos, meia centena de empresas e instituições a encontrarem soluções
para problemas reais no âmbito de um projeto que vai agora ser replicado pelo
país.
O anúncio foi feito hoje na Conferência Internacional em Processos de
Cocriação no Ensino Superior, em que foram apresentados à comunidade os
resultados do projeto Demola, um conceito finlandês que o Politécnico de
Bragança trouxe para Portugal em 2016.
Desde então, cerca de 500 estudantes já participaram em desafios
colocados por empresas e instituições locais com respostas e soluções concretas
para 50 soluções em cinco semestres acompanhados por 30 professores, segundo o
balanço feito hoje pela coordenadora, Vera Ferro Lebres.
Segue-se agora a nacionalização do projeto, com o IPB a cooperar para que
este possa estar disponível em todos os politécnicos. de modo a que, nas
respetivas regiões, com as empresas e instituições, os estudantes possam também
cocriar e ajudar ao desenvolvimento regional de Portugal.
Segundo a coordenadora, “o projeto começou por ser apenas
extracurricular, mas neste momento há docentes que implementam as mesmas
metodologias nas suas salas de aula e que trabalham os conteúdos académicos de
forma aplicada àquilo que são as necessidades das empresas e instituições”.
De acordo com a coordenadora do Demola, as empresas e instituições
encontram, desta forma, soluções com a mais-valia das equipas
multidisciplinares que o politécnico consegue reunir, enquanto os estudantes
têm um primeiro contacto e também porta aberta para o mundo do trabalho.
“Para os estudantes é, acima de tudo, um primeiro contacto com empresas,
com o mundo real. A inserção nos projetos dá créditos académicos e
há estudantes que são posteriormente recrutados seja em estágios profissionais,
seja como colaboradores efetivos”, afirmou.
O ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, esteve presente na
apresentação dos resultados e considerou que “este projeto é particularmente
importante devido à necessidade e à emergência de, cada vez mais, “as
instituições portuguesas estarem integradas em redes europeias, mas também em
redes com outras instituições, com empresas e com a Administração Pública”.
“Porque hoje aprender é também aprender a colaborar e, por isso, o Ensino
Superior tem de ser um espaço de colaboração aonde as salas de aula, os
laboratórios de colaboração, a presença de empresas é sempre constante e
contínua, assim como a presença de pessoas com diferentes idades”, defendeu.
O presidente do IPB, Orlando Rodrigues, sublinhou que este projeto se
enquadra naquela que é “uma preocupação em particular dos politécnicos que,
pela sua natureza, devem estar mais ligados às organizações e ajudar o
desenvolvimento económico e a inovação”.
Retirado de www.avozdetrasosmontes.pt
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