sexta-feira, 29 de junho de 2012

Entrevista com José António Nobre - Escultor

José António Nobre, Escultor

“À procura da tradição e da modernidade”



Nasceu em Sendim, Miranda do Douro. Como foi a sua infância e juventude?

A minha infância é uma infância comum a todos os garotos de um outro tempo não do nosso tempo de hoje. Quando comparo o meu tempo de garoto com o tempo de criança de agora eu costumo dizer que o paraíso do nosso tempo era um paraíso diferente com um gozo diferente. O nosso mundo de brincadeira não tinha nada a ver com o mundo de hoje.

Há muitas mais coisas…

Há muitas mais coisas e há muito menos coisas, ou seja, enquanto nós fazíamos, individualmente, a nossa própria descoberta hoje, os miúdos de hoje, os garotos de hoje, se assim lhe queiramos chamar, a descoberta está feita. Eles enredam-se na mecanização de uma outra contextualização. Nós tínhamos que fazer tudo. Nós fazíamos os moinhos com as bolhacas quando íamos regar as hortas. Recordo que a minha mãe mandava-me tapar os sulcos e a primeira coisa que eu fazia era arranjar uma bolhaca ou cortar um bocado de uma raba para fazer um moinho e a minha mãe: “Muda os sulcos!” e a mim o gozo que me dava era ver, ou a rodela da raba ou a bolhaca, a rodar e ia mudando os sulcos.

Ia-se trabalhando e brincando ao mesmo tempo?

Ia-se descobrindo um pouco a realidade que nos envolvia. Hoje também se descobre, só que hoje a qualidade está toda concebida por nós, altamente criativos e no nosso tempo não. Éramos nós que íamos criando as coisas ou como as víamos ou por o nosso amigo do lado, da descoberta, é que era assim formalizada.

Foi aluno do Liceu Nacional de Bragança. Que recordações guarda desses tempos?

Fui aluno do Liceu de Bragança. Recebi uma grande marca. Todos nós estamos marcados numa determinada fase etária. A primeira vez que eu vim fazer exame à escola e ao liceu. Fiquei fascinadíssimo com reclames luminosos. Eu nunca tinha visto um reclame luminoso. Era um fascínio. Andávamos, eu e o meu pai, junto à Praça da Sé e os reclames era a coisa que mais me encantava. Com a mudança de cores, azuis, verdes e amarelos… era um fascínio a ponto de eu me perder do meu pai. Isto é uma realidade. Distraidamente, olhava para a frente e para os reclames luminosos e de repente perdi o meu pai e foi o fim do mundo para encontrar o meu pai. A sorte era que eu, ao olhar para os reclames, não saia do sítio e o meu pai vinha à minha procura e lá estava eu a olhar para os reclames novamente. Foi uma das coisas que mais me marcou, um fascínio. Ainda hoje digo aos meus filhos muitas vezes: “Os reclames luminosos foram das coisas que mais me fascinaram ao longo da minha vida.”

Foi uma descoberta.

Foi uma grande novidade para mim. A cor, o acender e o apagar, as ruas largas para quem vinha da aldeia, depois de uma trilha, de mover a palha, depois de uma vida extremamente agressiva, de um serviço medonho. A cidade para nós era um paraíso viam-se as pessoas em pé, conversavam, descansavam. Na aldeia era uma vida totalmente de labuta. Depois, no espaço académico de liceu tenho grandes amigos do tempo de liceu. Acho que é uma altura soberba quando se fazem grandes amigos e alguns amigos que hoje são pessoas com uma marca especial na sociedade. Pessoas que saíram, que foram, que se afirmaram com uma realidade. Já na altura, em termos de desabrochar, deixavam marcas. O Ernesto Rodrigues já editava livros éramos garotos. Eu, com quinze, dezasseis anos fiz a minha primeira exposição. Fiz outra depois no sétimo ano do liceu, eu e o professor Luís Cangueiro que na altura era uma pessoa altamente dotada, um indivíduo com registos fotográficos soberbos, expõe-me como aluno. Uma coisa rara, raríssima. Outro indivíduo que no meu tempo, o Fernando Pacheco hoje é médico neurologista editou, também, um livro “Maria milagre” e tinha uma paixão grande por uma ciganita. Lá foi tirar essas fotografias. Coisas fascinantes. Pessoas que hoje continuam novamente a escrever, pessoas com uma afirmação em termos sociais, na literatura e na poesia. Que eu digo-lhe uma coisa a cidade de Bragança devia honrar esta gente. Para nós, Bragança continua a ser uma grande marca, uma grande matriz em termos, essencialmente, da formação que nos foi possível daqui levar e recolher.

Depois de acabado o liceu ingressou na escola Superior de Belas Artes do Porto. O que o levou a seguir esse caminho?

Estas coisas acontecem como tudo naturalmente acontece. Eu tinha algum jeito e na aldeia nós fazíamos… isso acontece, naturalmente, como qualquer pessoa. Há apetências que se desenvolvem e há apetências que se atrofiam. Íamos para o liceu, uma pessoa faz mais ou menos o liceu, na altura tanto íamos para o liceu como íamos para a técnica, e a mim disseram-me: “Vais para o liceu”. E eu não sei porque é que vim para o liceu mas eu gostava muito da técnica. Eu tinha um amigo aqui que nunca mas voltei a ver que andava na escola técnica. E esse meu amigo estava comigo no lar da Gulbenkian e então, na altura, eles na escola técnica e industrial, trabalhavam muito em serralharia e fez-me um anel que eu ainda hoje guardo religiosamente aquele anel. Para mim é um fascínio, uma peça, uma preciosidade, um anel em aço extremamente polido de uma beleza fascinante. Para mim foi um grande fascínio e uma grande prenda que eu tive do meu grande amigo que nunca mais o vi. Não sei se depois seguiu as áreas das engenharias. Perdi-lhe o rasto e nunca mais o voltei a encontrar. Isto é para se compreender como era a realidade na altura.
Fui para o liceu e lá andamos como garotos que éramos, de uma maneira ou de outra, e eu sempre tive muito jeito para determinado tipo de objectualidades. Íamos com as vacas, íamos com as burras, pegávamos nuns paus, começávamos a fazer as redes nos paus, rendilhados nos paus, comecei mais ou menos a representar figuras. Quando vim para o liceu, naturalmente, fruto de algum diálogo com algumas pessoas, recordo-me que tive aqui uma pessoa que também foi imprescindível para mim, que depois voltei a estar com ela novamente no Porto que foi o arquitecto Araújo que tinha vindo por razões políticas para Bragança, ele e a mulher que era pintora e eu voltei a encontrar esta pessoa nas Belas Artes no Porto. Foi ele que me impulsionou que me ensinou como se trabalhava no gesso, o trabalho no gesso, novas tecnologias. Uma vez saiu um concurso para jovens “Os jogos florais do ultramar” em que eu ajudado pelo arquitecto Araújo tentei moldar uma figura de um postal ilustrado que um rapaz da minha aldeia me tinha dado, com uma preta com uns seios muito proeminentes com um garoto nas costas e eu tentei fazer então a imagem da preta mas na altura concorri com essa historia da preta aos florais do ultramar e concorri também com outra coisa que também me agradava muito. Nós lá em casa tínhamos os jornais do exército que traziam essas coisas da guerra, dos mortos e então fiz uma peça lindíssima. Ainda hoje tenho essa escultura comigo, a outra perdeu-se. Essa ficou e tenho-a comigo porque acho que é um grande monumento onde desenvolvi um pedestal e na parte de cima do pedestal desenvolvi uma espingarda com uma bainha a penetrar num crânio. Levei então essas duas peças aos florais do ultramar. Essa veio-me devolvida a da preta foi admitida.
Agora imagine como estas coisas são para um garoto que andava no sexto ano do liceu, o facto de me ter sido admitida uma peça. Isso foi para mim uma honra. Agora imagine que era o contrário. Que me tinham rejeitado as duas peças. Se calhar, o meu percurso terminava por aqui, tinha que ir para outra área qualquer. Estas coisas, às vezes, são simples mas a realidade é essa. A partir daqui começou a desenvolver-se… eu era uma pessoa que tinha muito jeito para o desenho, desenhava muito bem e as pessoas convidavam-me para fazer tudo na escola, no liceu, nos jornais… fazer desenhos para o jornal do seminário. Fazer os cenários do liceu nas festas da academia, eu e o arquitecto Ferreira. Éramos gente que nos desenvolvíamos no mesmo contexto.
O arquitecto Ferreira, sendo meu professor na altura, era uma pessoa distinta ainda hoje é. É uma pessoa muito distinta e uma pessoa por quem eu nutro uma certa admiração, um certo respeito. Bragança tinha gente de alto nível académico. Isto tem que ser dito porque é verdade. Bragança tinha excelentes professores e lá está, excelentes professores fazem bons alunos.

Depois de acabar o curso universitário regressou às origens ou pelo contrário deixou-se seduzir pelos encantos do Porto?

Não. Nós lá em baixo no Porto somos uns emigrantes. Uns vão para França, outros vão para Inglaterra, outros vão para outro lado. Nós fomos para o Porto porque não tínhamos nada aqui em Bragança. Naquele tempo nós éramos adolescentes e para mim foi uma tortura. Isto é para começar a explicitar a realidade. Quando vim para Bragança foi um tormento. Chegávamos a uma cidade onde não conhecíamos alma. Imagine o que é um garoto de treze anos, idade com que ingressei em Bragança. Um garoto sem conhecer ninguém, andávamos perdidos, depois não tínhamos dinheiro, não tínhamos nada. Éramos garotos perdidos na totalidade. Isto para mim foi uma afronta.
Eu chorei imensas vezes. À noite lembrava-me da aldeia e dizia cá para mim: “O meu pai não me deixa andar com as vacas e com os burros. Aquilo é o que eu gosto”. Fechava o dia, fechava a noite, uma atmosfera totalmente diferente, esta, da cidade. Tínhamos que estudar mas o que é que nos diziam a nós os estudos? Nada.
Compreendo hoje os adolescentes quanto lhes custa progredir na aprendizagem em determinados níveis etários. Nesses tempos foi uma tortura. Depois, quando passávamos para o nível do ensino superior não era bem similar porque já tínhamos outra maturidade, já tínhamos outro sentido de estar, mas a realidade é algo próxima também. Chegávamos ao Porto… eu nunca tinha visto o Porto na minha vida. Fui fazer exames de aptidão e fui com o peixeiro da minha aldeia. Deixou-me na rotunda da Boavista e fui até às Belas Artes sempre a pé a procurar onde ficava a Escola das Belas Artes.”Isso é muito longe, apanhe autocarro”. Mas eu, para apanhar autocarro, era uma aflição, não sabia muito bem manusear os autocarros. Lá fui a pé até que lá cheguei e parecia uma distância muito curta. Apesar de ser uma distância bastante acentuada pareceu-me que era um espaço muito curto. Nós, praticamente, andávamos sempre sós. Foi uma descoberta a sós. Depois feito o percurso académico em termos superiores e depois a maneira como se encaixa a vida de um lado e doutro.

Biografia de José António Nobre - Escultor



Escultor, nascido em 17 de junho de 1954, em Sendim, Miranda do Douro, e radicado em Gaia, é licenciado em Escultura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, desenvolvendo a sua actividade profissional como docente e escultor. Recebeu diversos prémios em Portugal e no Estrangeiro, tendo sido múltiplas as suas participações em exposições individuais e colectivas.
 Para além da escultura pública (estátuas, bustos e outros monumentos), é particularmente conhecido pela sua actividade medalhística, de concepção de troféus e ainda de peças de cerâmica.
Esculturas em pedra, xisto e ferro de António Nobre
São esculturas em pedra, xisto e ferro que saíram das mãos do escultor José António Nobre que estão, desde ontem, em exposição no Palacete dos Viscondes de Balsemão, no Porto. É, poder-se-á assim dizer, uma mostra que põe em evidência e até em saudável confronto, as metamorfoses entre o velho e o novo, ou, como o próprio título indica, a tradição e a modernidade. José António Nobre utiliza o granito como matriz da sua obra, acrescentando-lhe um considerável número de objectos rurais reutilizados. Natural de Trás-os-Montes, mais concretamente de Sendim, Miranda do Douro, Nobre percorre os lugares de infância à procura de materiais que a inovação e o progresso teimam em extinguir. Depois de uma cuidadosa recolha, são aproveitados velhos utensílios, geralmente agrícolas, que numa simbiose quase perfeita com o granito dão lugar a poderosos guerreiros, tema e formas preferidos do escultor. Talvez porque, segundo nos confessou, desde cedo se habituou \"à luta da vida\" e consequentemente à necessária combatividade diária.
Nobre escultor Terceira nota, que sinaliza outra ausência minha. Até ao dia 29, a Casa da Cultura Mirandesa expõe Tradição/Modernidade. Escultura, de José António Nobre.
O reconhecimento, já antigo, da sua valia começou, agora, pelo palacete dos Viscondes de Balsemão, no Porto, durante o mês de Maio. Paralelamente aos bronzes de grande porte – com que, ainda em Fevereiro, inaugurou espaço em Miranda do Douro –, o miniaturista de hoje retoma as nossas memórias, serve-se de matérias várias e incute-lhes um inesperado lirismo (inesperado, talvez, porque o escultor arrisca para lá da figuração institucional), também patente nos títulos das peças.
Além do aproveitamento do ferro e granito, serve-se de seixo, xisto, chifre, fio e grafite sobre papel. Há um movimento alado e ascensional, uma elegância toda Brancusi; na expressão dos rostos, ou nas suas máscaras, sobrelevo um vazio ou enchimento ocular, com animização, assim, de aves que fomos perdendo nesta idade chilra (mocho, coruja, gavião). Ainda que só em catálogo, percebo texturas e tonalidades: em tudo, lê-se um artista!
Conheci este sendinês há trinta e cinco anos, no Lar Gulbenkian, e convivemos no Liceu de Bragança, antes da separação Porto – Lisboa. Começou a expor nesse ano de 1971, estava ele com 17 ilusões, que viraram a realidade de mão eficaz e sensível. Não tínhamos outro escultor. A minha geração resume-se a ele, creio. Medalhas, troféus, bustos, estátuas, murais, painéis e monumentos têm-no cumulado e coberto de prémios. Por mim, viciado em pintura, e recordado de exposição de 2004 na Fundação “Os Nossos Livros”, prefiro estes objectos, entre a aspereza do círculo e o conseguimento filiforme.
José António Nobre está a pedir, igualmente, um volume de síntese. Seja após este quinquénio, quando perfizer 40 anos de actividade artística.
A riqueza cultural do planalto e das arribas contada a pedra e ferro na escultura de José António Nobre F. Jorge da Costa
A Casa da Cultura Mirandesa expõe, desde o passado dia 3 e até ao próximo dia 29 de Junho, a última produção plástica do escultor da terra José António Nobre, um trabalho apresentado recentemente ao público portuense.
Os costumes da terra, a fauna, os trabalhos agrícolas ou a etnografia das gentes do planalto e das arribas são alguns dos temas retratados a pedra e a ferro pelo escultor sendinês.
O planar das águias sobre o Picão do Diabo, uma obra que nasce da metamorfose de velhas relhas de charrua é, como a maioria das peças escultóricas desta mostra, cerca de vinte, um reflexo claro da ligação da sua arte à terra natal.
Bufos orelhudos, mochos e gaviões misturam-se aqui com velhos guerreiros e outras tantas máscaras, como a do Chocalheiro de Bemposta. Lado a lado figuram ainda um conjunto de efígies esguias como a da “Rapariga Namoradeira” de seios arredondados e chave à cintura, ou a da “Espalhadora de Estrume”, que, como a do “Gadanheiro”, não deixam de ser uma justa homenagem ao duro trabalho da terra.
Segundo Amadeu Ferreira, um amigo e conterrâneo do escultor, “ao olhar para cada uma das peças, perdem-se-nos os olhos pelos cancioneiros onde o escultor andou à procura de pedacinhos de um mundo que se vai estilhaçando” e que, “com um sopro de magia”, foi transformando num “outro mundo”, o da modernidade.
Cada uma das peças é, por isso, o reflexo de um trabalho de pesquisa, perscrutado a cinzel para “descascar a côdea das pedras para ver se lhe arranca o que têm dentro”, com a certeza de quem “cresceu com gente que punha as pedras a dar vinho e pão”, diz Amadeu Ferreira.
Pica-portas, forquilhas, relhas, foices, ferraduras e tantos outros objectos da nossa história recente ganham, assim, uma outra dimensão, como a do garfo que agora é boca, num alerta para a riqueza histórica desta região que é preciso preservar.
Segundo Lara Moreira, o artista de Sendim assume neste trabalho “uma atitude dialógica com o espaço, o relevo, as tonalidades e as texturas transmontanas, numa relação telúrica que se consubstancializa em cada obra”, estabelecendo nela “uma dialéctica entre o tempo de antanho e o presente”, onde os materiais de outros tempos ganham, pela sua arte, “uma nova referência estética”.
José António Nobre é hoje uma figura incontornável da escultura nordestina. Para além das muitas peças que vem adornando espaços públicos em muitas localidades da região e do país, é autor de peças emblemáticas como o recente conjunto que põe frente a frente o homem com a capa de honras e a mulher mirandesa, ícones da cultura do planalto, que desde há poucos meses figuram no largo D. João III de Miranda do Douro.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Bragança prepara candidatura a património mundial

“Bragança, cidade sem fronteiras” é o tema de um seminário internacional que está a decorrer esta quinta e sexta-feira na capital de distrito.Este encontro, que reúne vários investigadores portugueses e espanhóis, pretende fazer o estudo de viabilidade para a apresentação da candidatura conjunta de Bragança e Zamora a património mundial da humanidade. Mas para o vice-presidente da câmara também é importante conhecer a história recente da cidade.“Queremos continuar a conhecer Bragança. A história, as pessoas e as motivações que tiveram e que conduziram à Bragança que hoje, económica e socialmente”, refere Rui Caseiro, salientando que “não queremos fazê-lo dissociados da comunidade vizinha. Daí o nosso envolvimento e interesse em termos encomendado estudos ao CEPESE para melhor conhecermos a nossa história”.Os trabalhos foram encomendados ao Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (CEPESE).O presidente dá conta dos resultados a que se chegou até agora ao afirmar que “em relação ao estudo de viabilidade concluímos que só faria sentido apresentar uma candidatura conjunta, portuguesa e espanhola, que candidatasse a região de Bragança e Zamora pelas suas afinidades históricas e culturais e pela sua especificidade no contexto peninsular”. Fernando de Sousa acrescenta que “sobre os estudos de Bragança na época contemporânea, continuamos a desenvolve-los com um conjunto de especialistas no sentido de termos o estudo pronto no final deste ano”.
Os resultados do estudo sobre Bragança na Época Contemporânea serão publicados em livro no próximo ano.

Escrito por Brigantia
Retirado de http://www.brigantia.pt/

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Miranda do Douro: Versão em língua mirandesa de "Os Lusíadas" vai ser lida por mais de 120 pessoas

Cerca de 120 pessoas, com idades compreendidas entre os sete e os 80 anos, inscreveram-se através da rede social "Facebook" para a leitura da versão traduzida para língua mirandesa de "Os Lusíadas

"Não se esperavam tantas inscrições para esta iniciativa, cujo elo de ligação é a língua mirandesa”, disse hoje à agência Lusa o autor da tradução de "Os Lusíadas" para língua mirandesa, Amadeu Ferreira.
A maratona de leitura está agendada para o primeiro fim de semana de agosto e fará parte das atividades paralelas do Festival Intercéltico de Sendim.
"Não se pretende que a leitura de ‘Os Lusíadas’ seja feita por pessoas com grandes dotes oratórios, mas sim que seja um ato de pertença da língua mirandesa para o país", destacou o escritor.
Segundo o especialista em língua e cultura mirandesa, mais de 60 por cento das pessoas que aderiram à iniciativa são estudantes, o que vem provar que os mais jovens começam a despertar para a aprendizagem da segunda língua oficial em Portugal.
"Numa altura em que os portugueses andam um pouco de cabeça caída, faz bem ao ego ler Camões, já que nos traz à memória os feitos dos portugueses e as dificuldades ultrapassadas ao longo da nossa História", referiu.
Amadeu Ferreira afirmou que "os poemas cantados por Camões foram uma epopeia dos portugueses e, entre esses, havia gente que possivelmente falava mirandês".
A tradução de "Os Lusíadas" para língua mirandesa obrigou a oito anos de trabalho. Agora, será lida ao longo de uma jornada com a duração aproximada de nove horas.
"Este tipo de iniciativas tem de ser bem programada e, ao mesmo tempo, terá de haver instituições que comecem a puxar pelas pessoas para este tipo de evento cultural, de forma a preservar a língua mirandesa", frisou Amadeu Ferreira.
Retirado de www.rba.pt

Obras no túnel paradas há um ano

Faz hoje um ano que as obras do túnel do Marão estão paradas.Os 5,6 km de extensão que vão ligar Vila Real e Amarante fazem parte da construção da Auto-estrada transmontana e está parada desde 27 de Junho de 2011. Esta paragem está relacionada com a falta de um acordo entre o Estado e a concessionária que tentam renegociar a empreitada.Um dos obstáculos tem a ver com o facto do empréstimo ter sido feito a taxas mais baixas das que são agora praticadas.O ministério das obras públicas pode também vir a resgatar a obra mas isso obriga a partir para um novo concurso, cujas implicações em termos de tempo e de custos serão maiores.A construção do Túnel do Marão começou no Verão de 2009 e deveria estar concluída em Novembro deste ano, mas o processo não tem sido pacífico. Além desta paragem, a obra já tinha sido suspensa antes por duas vezes, por causa de duas providências cautelares interpostas pela empresa Águas do Marão.Esta terá sido a primeira causa dos problemas que estão a afectar o projecto.A isto juntou-se o corte de financiamento por parte do sindicato bancário que financia a obra. O fundo de risco é outra das questões que está, agora, a travar o acordo entre a concessionária e o Governo.Trata-se de um fundo que visa compensar a exploração por eventuais perdas na procura de tráfego.
A concessionária teme que passem menos carros nesta via do que o inicialmente previsto.

Escrito por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt

UNESCO pede abrandamento obras da barragem do Tua

O Comité do Património Mundial da UNESCO pediu hoje ao Estado português para “abrandar significativamente” a construção da barragem de Foz Tua até à realização de um estudo sobre os impactos da hidroelétrica no Alto Douro Vinhateiro.O comité da UNESCO está reunido em São Petersburgo, na Rússia. Segundo disse à agência Lusa fonte do gabinete de imprensa da organização, o comité decidiu hoje pedir a Portugal “que abrande significativamente o trabalho na barragem, enquanto está a ser realizado um estudo sobre o seu impacto no local”.Segundo a fonte, o texto final desta decisão, só estará disponível no final do encontro, agendado para 06 de Julho.No entanto, sabe-se já que o caso do Alto Douro Vinhateiro voltará a ser analisado no próximo encontro da UNESCO, em 2013.A proposta que estava em cima da mesa neste encontro recomendava a suspensão da construção da Barragem de Foz Tua, que se encontra em obra há 15 meses, entre os concelhos de Alijó e Carrazeda de Ansiães.A obra começou pouco depois de uma passagem pelo Douro da ICOMOS, órgão consultivo da UNESCO, uma situação que fez com que o comité colocasse em causa o comportamento do Governo português ao longo do processo.A ICOMOS considerou “grave” e “irreversível” o impacto da hidroelétrica sobre o património mundial e, por isso, aconselhou a paragem das obras até à visita de uma missão conjunta ao local.
Recentemente, a ministra do Ambiente, Assunção Cristas, defendeu que a barragem de Foz Tua é compatível com a classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade.

Escrito por Brigantia
Retirado de http://www.brigantia.pt/

Mogadouro recebe investimento turístico de luxo

Vai custar mais de 7,6 milhões de euros e criar 27 postos de trabalho. O Douro Equus Resort Natur é um empreendimento virado para o turismo equestre que vai nascer em Vila de Ala, no concelho de Mogadouro. O projecto foi apresentado hoje e tem o apoio do Turismo do Porto e Norte de Portugal. Júlio Meirinhos, vice-presidente daquele organismo, enaltece o espírito inovador do empreendimento turístico.“É construir uma infra-estrutura que nos permita orientar parte dos 3 milhões de turistas que já visitam o Porto e Norte. Esta infra-estrutura é inédita. Tem uma vertente raríssima a Norte de Lisboa para prática de concursos equestres para o Inverno, que é única, a par de uma qualidade quatro estrelas”, realça Júlio Meirinhos. Depois de cinco anos de trabalho no terreno, o projecto começa agora a dar os primeiros passos. José Oliveira, promotor do empreendimento, reconhece que é um investimento arriscado e diz que a construção do IC5 foi determinante para avançar com o projecto.“Demorou cerca de cinco anos, porque montar um projecto desta envergadura não é fácil numa região como o Nordeste Transmontano. É um projecto arriscado e tem que se ponderar muito bem antes de avançar”, afirma o empresário. Para o presidente da Câmara de Mogadouro, Morais Machado, este investimento é fundamental para o desenvolvimento do concelho.“É um empreendimento muito útil para o concelho de Mogadouro, na medida em que prevê a criação de 27 postos de trabalho e além disso ainda vêm mais postos de trabalho laterais e vão trabalhar dentro daquilo que são as nossas actividades, como a agrícola e de natureza”, salienta o autarca.O resort foi candidatado a fundos do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN). Júlio Meirinhos garante a aprovação do projecto, que poderá ser financiado em mais de 50 por cento.“Depois de imensas reuniões, o Turismo Porto e Norte pode dizer que está em condições maduras de ser aprovado”, garante Júlio Meirinhos.
O promotor do projecto espera começar as obras em Setembro. O prazo de conclusão do empreendimento depois da aprovação é de dois anos.
Escrito por Brigantia
Retirado de http://www.brigantia.pt/

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Feira de São Pedro resiste à crise

Arrancou este sábado a 29ª edição da Feira de São Pedro de Macedo de Cavaleiros.Este ano é dedicada ao mundo rural.E mesmo em tempos de crise, o certame continua a realizar-se. Facto que foi elogiado pelo secretário de estado da economia presente na sessão de abertura.“É uma demonstração de resistência e da capacidade produtiva da região, mas terá de ser também um factor de lançamento e de dinamização da região, sendo um contributo positivo no desenvolvimento de Trás-os-Montes”, refere António Almeida Henriques.A câmara de Macedo aproveita o certame para divulgar o projecto “Geoparque Terras de Cavaleiros”.O presidente explica que “é um projecto estratégico de agregação de pequenos projectos empresariais para fazermos a diferenciação do território, ganharmos visibilidade e valorizarmos os produtos”. Além disso, haverá “a marca Geoparque, que terá associado o carimbo de qualidade, para valorizar o trabalho dos macedenses”, salienta Beraldino Pinto.Apesar das dificuldades, o presidente da Associação Comercial local acredita que não vai faltar público.“As expectativas são boas, mas tudo depende da adesão do público, uma vez que em termos de expositores está normal mesmo com a crise que atravessamos. Mas acredito que o público vai aderir”, refere António Cunha.
A 29ª edição da Feira de São Pedro conta com cerca de 250 expositores e decorre até 30 de Junho.

Escrito por Brigantia
Retirado de http://www.brigantia.pt/

Alfândega da Fé vai ter um centro de coworking

Trata-se de uma nova tendência que reúne no mesmo espaço grupos de pessoas a trabalhar em diferentes áreas, de forma independente mas que compartilham recursos e sinergias.O projecto surge associado ao Programa de Repovoamento Rural “Novos Povoadores”. “Nós queremos que as famílias que vêm para cá não trabalhem a partir de casa, pois é importante que essas pessoas partilhem o seu conhecimento” explica o promotor, Frederico Lucas. Por isso, “queremos ter uma resposta de qualidade para essas pessoas. Geralmente trabalham on-line e nós queremos que tenham a possibilidade de o fazer sem estar em casa, permitindo às pessoas que estão cá trocar ideias com elas”, acrescenta.Em Alfândega da Fé o centro já está a funcionar de forma provisória “na biblioteca municipal, mas nós pretendemos encontrar um espaço mais definitivo e com mais condições para instalar este espaço de trabalho em rede e talvez seja nas instalações da antiga câmara municipal que vão ficar vagas com a saída da Ascendi”, afirma a presidente da câmara.Mas para Berta Nunes, esta pode ser uma maneira de atrair novos habitantes para o concelho. “Nós tínhamos uma família a trabalhar nesse espaço que veio através do programa Novos Povoadores. Por enquanto não temos mais pessoas a trabalhar lá, mas estamos a iniciar o processo e a oferecer a possibilidade para quem cá vive de usufruir do espaço e de ser um factor de atracção para quem decida vir para cá viver”.
Em todo o país já existem referenciados 10 centros de coworking e 28 em fase de implementação.

Escrito por Brigantia
Retirado de http://www.brigantia.pt/

Macedo de Cavaleiros perde helicóptero do INEM para Vila Real

O helicóptero do INEM estacionado em Macedo de Cavaleiros vai ser deslocado para Vila Real.A informação é avançada por Adão Silva. O deputado do PSD pelo distrito de Bragança considera que esta é a melhor solução e explica porquê.“Os dois helicópteros do INEM que estão na região Norte, em Baltar e em Macedo de Cavaleiros, ficariam num único helicóptero com base em Vila Real”, adianta o responsável, acrescentando que esta decisão de deve ao facto de “em Vila Real existir uma urgência polivalente”. “Eu concordo inteiramente com esta decisão”, afirma peremptório, justificando que “numa situação de emergência, o doente, em vez de andar a perder tempo de jou para já, tendo a vida em risco, vai directo para uma urgência polivalente onde há médicos e equipamento para tratar a pessoa”.O presidente da câmara de Macedo de Cavaleiros, que investiu cerca de 300 mil euros no heliporto local para servir de base ao helicóptero do INEM, parece resignado com a situação.“Nós podemos ser sensíveis a argumentos, embora ainda não os conheça em pormenores, sei apenas que há uma nova rede de posicionamento dos meios aéreos e um novo modelo que junta os meios da saúde com os da administração interna, mas não sempre de ser uma perda para a região”, refere Beraldino Pinto. “Devia ser evitada mas não sabemos até que ponto conseguiremos fazê-lo desta vez. Para já não estamos a planear nada para contestar”, acrescenta.Se para Beraldino Pinto já não há razões para lutar, o mesmo não diz a autarca de Alfândega da Fé.Berta Nunes não se conforma com a decisão e lembra que este serviço resulta de um acordo feito pelo Ministério da Saúde que agora não está a cumprir.“Nós não queremos acreditar que nos tenham enganado porque há um protocolo assinado entre o Ministério da Saúde que prevê que o helicóptero fica em Macedo em troca daa aceitação dos autarcas para o encerramento dos SAP’s”, afirma. “Se agora nos vão tirar o helicóptero significa que o Ministério da saúde não está a cumprir o protocolo que assinou e isso é muito grave”, considera.O helicóptero de emergência médica vai ser retirado de Macedo de Cavaleiros.
Mas o Governo vai colocar na cidade uma ambulância do INEM que deverá ser de Suporte Básico de Vida (SBV).

Escrito por Brigantia
Retirado de http://www.brigantia.pt/

domingo, 24 de junho de 2012

Coisas do mar e da serra

Embora nascida entre montes, em terra banhada por pequeno e límpido Tuela, tenho mar dentro de mim. Sou dual. O azul-verde mar que tanta tranquilidade me transmite, ensombrece quando não há verde, penedias, giestas floridas, estevas e abelhas em sonoros beijos ao doce alecrim.
Estou aqui, definitivamente, granito e xisto, lousa onde me escrevem e escrevo. Granito onde anseio sonhos de príncipes e princesas em mágicos bailes de aragens estranhas, de fadas e bruxas em lutas sem fim.
Camponesa não sou. Sou o que se define como água corredia, em ligeiras e alegres cascatas.
Pequenos peixes encostados às remansosas margens não dimensionam o tempo, apenas a água que não para de correr para o mar... para o mar...
O meu tataravô foi marinheiro. O mar salgado, espumoso, revoltado, ceifou-lhe a vida. Ficou com ele porque ao mar pertencia.
Nascido da pedra, da terra saído, rumou para o mar que o havia escolhido. Nos filhos deixou o sabor salgado, o cheiro a maresia e a incapacidade de ser só daqui.
E lá, espraiando o olhar azul pelo azul infinito, chorava o azul do céu transmontano que tanto ansiava e então chovia, na terra ressequida das ondulantes e sofridas searas, espalhadas a esmo, por todos os montes.
As mãos calejadas dos cordames da proa, sentiam ardentes a brancura alva da pele veludo da mulher, que deixara em terras de cá. O filho, no rubicundo ventre, cheirava a café do Paraná. A mãe sabia que ele partiria.   
Sou transmontana, de serranias, de montes bravios, de cheiro a paisagens que se entranham no meu coração e ao mesmo tempo a água do mar bravio, bate na areia e deixa poemas que guardo, serenamente, em meu dorido peito.
A minha alma é universal, cósmica, arrogantemente cósmica, mas tão absolutamente transmontana que o cosmos desceu para aqui descansar.

Idalina, em resposta, ou não, ao teu belo texto.
Beijinho
Mara Cepeda 

Chegámos à 51ª entrevista


O Escultor José António Nobre é o nosso entrevistado desta semana. É alguém por quem nutro uma sincera amizade. Somos sensivelmente da mesma idade, um nascido em Sendim, outro em Bragança.
Os dois amamos as nossas terras, as suas gentes, as suas tradições, usos e costumes.
Exponho na minha sala, com muito orgulho, uma serigrafia de uma das suas máscaras, de sua autoria e que ele me ofereceu pouco depois da exposição que levou a cabo em Bragança, no Centro Cultural Adriano Moreira.

Obrigado José.
Um Abraço
Marcolino Cepeda 

sábado, 23 de junho de 2012

Hoje posso ficar...

Hoje posso ficar. Não, não há problema. Amanhã será um novo dia. Nem melhor nem pior. Apenas novo. Se tu assim entenderes, podemos conversar, noite fora, como se amanhã não tivéssemos tempo para respeitar.
Claro. A vida tem sido difícil, complicada, algo madrasta, dessas madrastas más dos contos de fadas. Na realidade, não sei a razão de se chamar madrasta à vida.
A vida é vida. Só e apenas isso. Não vale a pena tentarmos enfeitar o céu de azul se ele insiste em se mostrar cinzento, com castelos de nuvens a ameaçarem chuva.
Se estou amarga? Não. Apenas realista. Cansei de florear os dias e noites que me tem cabido viver. Ainda espraio o olhar, agora triste, pela paisagem que amo, apesar de tudo. Ela não tem culpa e mesmo que lha pudesse atribuir, tanto se lhe dava, não é?
É paisagem, linda, bela, perfumada, colorida... que apeteceria calcorrear se o meu olhar não fosse, hoje, tão triste.
Queres que me vá embora? Deves ter razão. A minha voz é um lamento, um gemido de pena própria.
Não, não serei uma boa companhia para ninguém, hoje. Nem mesmo para mim.
A alegria decidiu que basta o calor de junho para que tudo aconteça. Deve estar enganada. Nunca... não. Minto. Tantos dias tenho tido tão tristes ou mais do que o de hoje. Diferentes porque não fora a alegria que havia tirado férias.
Fora a minha boa vida que, transmutada em tristeza e dor, aferroava a minha alma que eu queria pura e limpa de tormentos como um campo em flor.
Não chores. Não vale a pena. O teu olhar resplandece de alegre expectativa. Sim. Sei que já não tarda que o teu amor regresse, ansioso, ardente, corpo em chama que tu hás-de, qual bálsamo sagrado, apagar.
Que ansiedade! Calma! Já raia o sol na janela da sala. Que tarde... ou cedo, sei lá!
Afinal fiquei. Escondi os meus olhos tristes na almofada verde que gentilmente me ofereceste. Lembras-te?
Não dormiste. A ansiedade não deixou. O amanhã já é hoje.
São horas de ir. Precisas de tempo, o tempo que não queriamos. Toma um banho de imersão, perfumado com óleos essenciais. Usa o teu melhor gel de banho. Mima-te. Envolve o teu corpo de mulher num creme de veludo. Veste o teu mais sexy vestido. Embeleza as tuas longas e belas pernas e calça os teus sapatos altos. Penteia-te com cuidado e esmero, maquilha-te como se para ti fosse. Olha-te ao espelho. Admira-te. Faz com que inveje a tua beleza de amor e paixão.
Ele não demora. O tempo não parará.
Levo o meu olhar, triste e sem esperança. Os nossos dias começam quando ainda não acabaram.
O teu será azul, radioso e quente.
O meu... logo se verá.

Mara Cepeda  

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Entrevista: Eng. Manuel Artur Taborda Guerra Junqueiro

(Esta entrevista foi realizada no verão de 2004. Foi uma entrevista fácil de fazer, que nos mostrou uma pessoa maravilhosa, única com a sinceridade e a sabedoria que só a idade pode proporcionar. Continua actual.)

É natural de Freixo de Espada à Cinta, distrito de Bragança, com o rio Douro ali ao pé, que lembranças guarda da sua meninice.

Tenho uma certa lembrança da ida à escola, de frequentar a escola primária. Fiz a escola primária em Freixo de Espada à Cinta. Só depois é que vim para Guimarães fazer o liceu mas, a escola foi toda em freixo de Espada à Cinta e tenho uma recordação desses tempos, do professor ou dos professores que havia. Eu tinha um mas havia dois e lembro-me perfeitamente deles. Coisas passadas nesse tempo não me ficaram bem, bem na memória mas tenho umas leves recordações.
Uma das coisas de que me lembro foi que a primeira vez que saí de Freixo para ir frequentar o Liceu em Guimarães, um colégio interno, a minha viagem foi a cavalo desde Freixo de Espada à Cinta até Barca de Alva e desci uma coisa que muita gente vai lá ver, a calçada de alpajares. Disso recordo-me perfeitamente e de ir a cavalo e que, em 1932 suponho eu, é a primeira saída que eu tenho de Freixo de Espada à Cinta.

E era um bom meio de transporte…

E eram uns bons meios de transporte. Eu, há pouco tempo, fiz uma viagem. Costumo ir ao Algarve todos os anos passar quinze dias com os filhos e com os netos e vim por Alcoutim. Fui ver Alcoutim, porque eu não conhecia Alcoutim e queria conhecer, bem como Barrancos. Estive em Alcoutim a ver aquilo e lembro-me, de aqui há uns anos, um secretário, um tesoureiro da fazenda pública que estava a dizer que quem fosse para Alcoutim ia para lá e só voltava a Vila Real de Santo António quando havia barco porque não havia outro transporte e eu disse assim: “Olhe, vocês aqui andavam de barco e eu andava de burro.”

Acaba a escola primária, a exemplo de muitos transmontanos e vai então estudar para fora. Foi para Guimarães, já nos falou, como aluno interno do Colégio Martins Sarmento. Como foi a mudança?

Foi uma mudança um bocado dolorosa. Houve dois dias que chorei. Um foi o dia em que um primo meu me deixou lá ficar, mas depois adaptei-me optimamente. Eu andava no Liceu Martins Sarmento mas estava no Internato de Guimarães, que era diferente. Tinha regras. Era num edifício em que o liceu era por baixo e o internato era por cima. Nós não vínhamos à rua. Nós descíamos umas escadas para ir para o liceu.

Concluiu os estudos de Engenharia Agrónoma em Lisboa mas quase a totalidade da sua vida profissional foi passada em Angola, na antiga colónia portuguesa. Sente-se um filho de duas pátrias?

Eu sentia-me angolano e nessa altura antes de haver o que houve. Amigos, colegas e veterinários que lá estavam, iriam fazer a vida toda por lá. Eu dizia que não o podia fazer, que vinha para cá tomar conta das coisas que o meu pai tinha e todos os anos ou, pelo menos de dois em dois anos, vinha a Portugal. Eu intitulava-me um angolano nascido na metrópole porque Angola é uma terra que nunca mais esqueço.

Fale-nos um pouco de Angola, os seus cheiros, os sabores, as gentes e também o estado de guerrilha permanente até à independência…

Biografia: Eng. Manuel Artur Taborda Guerra Junqueiro

Engenheiro Manuel Artur Taborda Guerra Junqueiro, nasceu em 24 de Abril de 1921 em Freixo de Espada à Cinta;
Completou o curso de Engenheiro agrónomo no instituto de Agronomia de Lisboa;
No ano de 1951 emigrou para Angola onde trabalhou nos serviços de agricultura de Angola;
Regressou em 9 de Outubro de 1975 a Portugal e pediu a reforma;
Em Junho de 1978 foi convidado para desempenhar o cargo de governador civil de Bragança onde permaneceu até Julho de 1981.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O meu pequeno pomar já dá cerejas...

Freixo de Espada à Cinta: Região do Douro é de baixa intensidade sísmica

O Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) caracterizou a região transfronteiriça do Douro como sendo área de "baixa intensidade sísmica", apesar de haver o registo de vários tremores de terra.

Segundo o INMG, o sismo de maior magnitude registado na região foi sentido em 1961, em Palaçoulo, concelho de Miranda do Douro, com uma magnitude de 5,5 na escala de Richter.
Um sismo de magnitude 3,4 na mesma escala foi sentido na terça-feira, às 23.05, na região transmontana de Freixo de Espada à Cinta.
"O epicentro do sismo foi registado a quatro quilómetros a noroeste de Freixo de Espada à Cinta", informou fonte do INMG.
A região em que o abalo sísmico foi registado fica situada em pleno Douro Internacional.
O sismo foi igualmente sentido nos concelhos vizinhos de Mogadouro, Torre de Moncorvo e Miranda do Douro e em povoações da vizinha Espanha, situadas junto ao rio Douro.
Segundo o técnico do INMG, há alguns registos de abalos sísmicos na região de Freixo de Espada à Cinta, Alfândega da Fé e Miranda do Douro. No entanto, as magnitudes variam e "não há registo de terem ultrapassado os 6,0 na escala de Richter".
"Estes sismos são saudáveis, já que é libertada energia acumulada na crosta terreste", acrescentou Paulo Alves.
O especialista avançou ainda que a carta neotectónica regista uma falha na região de Freixo de Espada à Cinta e que não está muito distante das falhas do vale da Vilariça.
"Esta zona não é tão ativa como a região de Lisboa ou outras áreas do sul do país”, concluiu.

Retirado de www.rba.pt

José Santos lamenta não ter barragens em Freixo

Uma injustiça. É assim que o presidente da Câmara de Freixo de Espada à Cinta vê o facto de o município ser banhado pelo rio Douro e não ter nenhuma barragem no concelho. José Santos lamenta que sejam os espanhóis a receber as mais-valias e diz mesmo que se recebesse receitas de barragens seria mais fácil equilibrar as contas da autarquia. “Fomos uma vila, que desde há muito tempo tem sido injustiçada, porque o Douro Internacional foi em tempos dividida entre portugueses e espanhóis e teve a pouca sorte do concelho de Freixo ser banhado pelas duas barragens espanholas, das quais o concelho não recebe absolutamente nada ao contrário de outros municípios portugueses que recebem da EDP e isso é uma receita significativa que poderia trazer ao concelho de Freixo a possibilidade de fazer investimento”, salienta o autarca.O concelho aposta agora no turismo. Mas José Santos diz que muitas vezes Freixo é traído pelas águas que vêm de Espanha. Mesmo assim, o autarca enaltece a qualidade da praia fluvial da Congida.“Às vezes somos traídos pelo Douro, porque muitas vezes a água que vem de Espanha vai-nos traindo, mas há dois anos consecutivos a praia mantém a bandeira azul e vamos continuar a trabalhar para que isso continue a acontecer”, realça o edil.José Santos sublinha, ainda, que estão a nascer novos investimentos na área do turismo no concelho de Freixo de Espada à Cinta.“Estão a decorrer alguns investimentos na área do turismo rural, que começa a despertar também conjugado com as moradias que a Câmara fez no Douro Internacional”, acrescenta o autarca.
O concelho de Freixo de Espada à Cinta a apostar no turismo para fortalecer a economia local.

Escrito por Brigantia
Retirado de http://www.brigantia.pt/  

Mirandês Integra plataforma on-line para defesa e recuperação de línguas em extinção

O mirandês, a segunda língua oficial portuguesa, falada no nordeste transmontano, é um dos sete mil idiomas em risco de desaparecimento que constam de uma nova plataforma da Google. O projecto que visa recuperar e salvaguardar línguas em risco de extinção apela ao contributo documental de todos quantos queiram participar.
O Projecto Línguas em Risco «oferece a todos os interessados na preservação das línguas uma plataforma on-line para guardarem e acederem a informação, investigações e pesquisas, partilharem recomendações e colaboração», refere o texto de apresentação da iniciativa, da responsabilidade da Google.
Suportado pela organização internacional Aliança para a Diversidade Linguística, a plataforma reúne informação sobre sete mil línguas, incluindo onde são faladas e quantos falantes têm na actualidade, permitindo ao utilizador enviar documentação sobre cada um dos idiomas citados, tanto em texto como em vídeo ou som.
Segundo, a Google línguas em vias de extinção são «metade daquelas faladas em todo o mundo». E acrescenta que a longo prazo o objectivo da iniciativa é que os investigadores destas línguas assumam a liderança do projecto e possam trabalhar em parceria com outras entidades interessadas na preservação destas línguas.
No caso do mirandês, a entrada respectiva informa que está classificada como «vulnerável», é falada por 15 mil pessoas (dados apresentados respeitantes ao ano 2000) e contém informação vária, como a legislação sobre o seu ensino em Portugal.
Em terras de Miranda do Douro tem sido feito um trabalho de campo para a preservação da segunda língua oficial portuguesa. Recentemente, obras maiores da literatura nacional como a «Mensagem» e os «Lusíadas» de Fernando Pessoa, mas também de cariz internacional como o «Principezinho» de Antoine de Saint-Exupéry, foram vertidas para mirandês.
O investigador desta língua, Amadeu Ferreira, adianta que o mirandês está «em condições de contribuir, de modo autónomo, para o enriquecimento da literatura portuguesa». Além disso, defende que é fundamental «reestruturar todo o ensino da Língua, tornando-o obrigatório» e a promoção da fala entre as gerações mais jovens.
 Depois do arranque, o projecto vai ser entregue pela Google às organizações First Peoples Cultural Council e Institute for Language Information and Technology (The LINGUIST List), da norte-americana Eastern Michigan University. As duas entidades irão desenvolver futuramente a plataforma.
No texto de apresentação desta iniciativa é apontado como exemplo a recuperação de uma língua usada antigamente na região do Médio Oeste americano e cujo último falante fluente faleceu em 1960.
Anos depois, Daryl Baldwin, um membro da tribo Miami, do estado norte-americano do Oklahoma, começou a ensinar a língua Miami-Illinois a partir de manuscritos históricos.
Actualmente, trabalha com a Universidade de Miami, no Ohio, onde continua a revitalizar o idioma com a publicação de artigos, ficheiros áudio e outros materiais educativos, conseguindo deste modo que crianças estejam a aprender a língua e a ensiná-la, elas próprias, aos colegas.
 
Retirado de www.cafeportugal.net
 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

13º Festival intercéltico - Sendim

Obra conta com atraso global de 20 meses

A construção da Autoestrada do Marão, que inclui um túnel rodoviário de 5.6 quilómetros e vai ligar Vila Real a Amarante, está parada há um ano e conta já um atraso global de 20 meses.

A 27 de junho de 2011 e pela terceira vez desde o início da empreitada no verão de 2009, as obras nesta autoestrada foram suspensas. Primeiro por causa de duas providências cautelares e depois alegadamente devido a falta de financiamento, o facto é que o Túnel do Marão conta já com 20 meses de atraso.

A primeira previsão para a conclusão da obra apontava para o início de 2012.

Em fevereiro de 2011, aquando de uma visita do então primeiro-ministro, José Sócrates, à obra, o presidente do Conselho de Administração da Autoestrada do Marão, Francisco Silva, previa fazer a ligação entre as duas frentes dentro de um ano, concluindo assim a parte de escavação.

Na altura, este responsável referiu ainda que o prazo de conclusão da obra apontava para novembro de 2012.

Falares de Mirandela, apresentado em Lisboa


Foi um evento com muita dignidade, para isso muito contribuíram os três mirandelanses (e não só), Jorge Golias, Carlos Cordeiro e João Rocha. Não deixaram nada ao improviso, ensaiando as canções, as projecções, os poemas (que a esposa - Elsa - do Carlos Cordeiro tão bem declamaram) e até o protocolo foi levado a rigor. Poderia falar dos poetas/escritores presentes, dos distintos mirandelenses e amigos de Mirandela e outros transmontanos, mas, talvez, alguém fale disso.
Por isso, só vou referir a presença do Presidente do Município de Mirandela, António Branco, e esposa, que honraram e contribuíram para que o «Dia de Mirandela» tivesse mais dignidade e sucesso. Não se esqueceu de levar consigo vídeo de Mirandela, livros e revistas, alheiras das melhores de Mirandela, o melhor queijo de ovelha, o melhor azeite das oliveiras dos espaços urbanos mirandelenses e o bom vinho «Ferrador» de Vale de Salgueiro. Presidente que tão bem conhece o concelho e que tão bons resultados tem alcançado na promoção do Azeite de Trás-os-Montes.
Jorge Lage
Da «Apresentação» de Jorge Golias retiramos alguns excertos:
[(…) “Falares de Mirandela”, é um livro que fazia falta e que vai fazer história. Em 185 páginas registam-se centenas de palavras e de Ditos Populares, que se perderiam na acelerada mudança linguística que se processa com a normalização dos diversos falares nacionais.
Patrocinado pela CMM(irandela), o seu então presidente, Dr. José Silvano, em Nota de Abertura, associa esta preservação da memória ao futuro da comunidade mirandelense: “um povo que não respeite e guarde as suas memórias é um povo que não tem futuro”.
Na verdade, as tradições, os usos e costumes, os festejos religiosos e pagãos e os falares locais constituem o cimento que molda o tecido social de uma comunidade e que nos garante a coesão social.

Miranda do Douro: Museu Terras de Miranda fica na cidade

A Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) assegurou que o Museu Terras de Miranda (MTM) vai continuar instalado em Miranda do Douro e que não está previsto o seu encerramento ou mudança para outra localidade.

"Não existe qualquer intenção de retirar o museu da cidade de Miranda do Douro ou de o mudar para outro lugar", afirmou à RBA Paula Silva, diretora da DRCN.
Há cerca de três anos chegou a ser apresentado um projeto de reabilitação do museu, orçado em 1,2 milhões de euros, por este sofrer de problemas estruturais, nomeadamente ao nível da cobertura e consequente infiltração de águas pluviais, situação que poderia colocar em risco o seu espólio.
"Neste momento, existe uma grande contenção financeira relativamente a tudo o que são projetos de investimento e vamos ter de repensar toda a intervenção a efetuar no museu", acrescentou a responsável pela DRCN.
Paula Silva disse ainda que o projeto de reabilitação do Museu "já tem alguns anos" e por esse motivo "é preciso repensá-lo".
Segundo a responsável pela DRCN, justifica-se "plenamente a reavaliação do tudo o que inicialmente estava previsto".
No entanto, foi deixada a garantia de que todo o processo de reavaliação será executado em conjunto com a Câmara e com o diretor do Museu.
A unidade museológica está instalada num edifício seiscentista, localizado em pleno centro histórico de Miranda do Douro.
Retirado de www.rba.pt

Carrazeda recupera moinho de vento

A vila de Carrazeda de Ansiães inaugurou, anteontem, o único moinho de vento a funcionar na região de Trás-os-Montes. Os moinhos mais vulgares no Nordeste Transmontano são movidos a água, mas este funciona com a força do vento. No dia da inauguração o vento soprou de feição e o moinho voltou a moer cereal.

A recuperação desta tradição suscitou a curiosidade dos carrazedenses, que fizeram questão de ver o funcionamento do engenho desenhado pelos antepassados.
O presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, José Luís Correia, sublinha que esta é mais uma aposta do município na valorização do património do concelho. “É um dos centros e motivos de atractividade para o concelho, que pretendemos coordenar com outros motivos de interesse.
Além disso, este é o único moinho do género a funcionar em Trás-os-Montes e as pessoas vêm cá e ainda podem ver os moinhos de água em Vilarinho da Castanheira, o castelo de Ansiães ou o Alto Douro Vinhateiro”, enumera o edil.
A população mostra-se satisfeita com o novo monumento e acredita que vai aumentar o número de turistas a visitar a vila.

O Moinho de vento está agora aberto aos turistas e visitas escolares, através de marcação prévia

O moinho de vento de Carrazeda de Ansiães salta à vista logo à entrada da vila. A arqueóloga da autarquia, Isabel Lopes, afirma que não há memória desta infra-estrutura funcionar, mas há documentos que atestam que foi erguido em 1900, a mando de Damião Gonçalves Neves.
Quem reergueu o moinho das ruínas garante que não foi tarefa fácil. “Foi complicado e demorado, porque não estávamos dentro do assunto.
Só tínhamos umas linhas e foi reconstruído a partir daí. Também ainda fomos ver um à zona de Lisboa para conseguirmos fazer o trabalho, mas agora está aqui uma coisa bem feita”, realça João Filipe.
João Pragal tratou das madeiras e diz que a maior parte da estrutura do moinho é de madeira. “Levou 15 toneladas de madeira, a pedra é só o exterior”, acrescenta João Pragal.
A recuperação da infra-estrutura em ruínas representa um investimento de cerca de 97 mil euros, comparticipado em 50 por cento por fundos comunitários.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Unidos contra o encerramento de tribunais

Centenas de pessoas concentraram-se, ontem, junto ao tribunal de Alfândega da Fé, em protesto contra o encerramento daquele serviço.
Revoltados com a situação, os manifestantes exibiram cartazes com mensagens de descontentamento contra esta medida do Governo.
Luciano Augusto Branco, presidente da Junta de Freguesia de Ferradosa, diz que se o tribunal for transferido, por exemplo, para Moncorvo “é inadmissível, porque não há transportes”.
Já António Léria, que também se juntou à manifestação, diz que “de Vila Real para cá vai ser um deserto”.
Personalidades locais de diferentes quadrantes políticos juntaram-se numa manifestação em que se repetiu “’basta’ às políticas para fechar o interior”.
O social-democrata, José Luís Correia, presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães foi a Alfândega da Fé participar na manifestação convocada pela socialista Berta Nunes. “Não é o partido que nos cala”, proclamou o autarca.
O tribunal de Carrazeda de Ansiães também está na lista de encerramentos, por isso José Luís Correia quis manifestar a sua solidariedade, porque entende que “o povo está a ser usurpado” e que “este Governo não está a aplicar a social-democracia do PPD de Sá Carneiro”.
Também o presidente da concelhia do PSD de Alfândega da Fé, Artur Aragão, falou à população que se juntou em frente ao tribunal local para dizer: “O PSD é contra o encerramento de qualquer serviço”.

Autarcas vão manifestar-se em Lisboa contra o encerramento de tribunais no próximo dia 28

Além de representantes partidários, outras personalidades locais discursaram nesta manifestação, como o presidente do agrupamento de escolas, Francisco Lopes, que afirmou ser “lamentável, quase 40 anos depois do 25 de Abril, uma realidade inacreditável”. Ao protesto juntou-se também o presidente da Câmara de Vila Flor, o socialista Artur Pimentel, apesar de ter ficado de fora da lista de encerramentos.
A presidente da Câmara Municipal de Alfândega da Fé, Berta Nunes, assegura que este tipo de políticas não podem continuar. “ Quando a ministra da Justiça diz que vai melhorar a justiça e vai tornar a justiça mais justa, isso não é verdade. Ela não sabe do que está a falar”, atira a autarca.
Ontem também saíram à rua as populações dos concelhos de Carrazeda de Ansiães e de Miranda do Douro.
Murça, no distrito de Vila Real, também vi realizar uma acção de protesto na próxima quinta-feira.
As manifestações são o primeiro passo na luta pela manutenção dos tribunais.
Já esta prevista uma ida a Lisboa, no próximo dia 28, de todos os autarcas dos concelhos onde está previsto o encerramento de tribunais.
Retirado de http://www.jornalnordeste.com/

Freixo de Espada à Cinta: sismo de magnitude 3.4 (Richter) registado na região do Douro Internacional

Um sismo de magnitude 3.4 na escala de Richter foi sentido esta terça-feira, pouco passava das 23.05 horas, na região transmontana de Freixo de Espada à Cinta, informou Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, através do sítio na Internet.

“O epicentro do cismo foi registado a quatro quilómetros a noroeste de Freixo de Espada à Cinta”, informou a mesma fonte.
A região onde foi registado o abalo sísmico fica situada em pleno Douro Internacional.
Fonte da Proteção Civil confirmou à RBA que se ouviu um “ ligeiro estrondo” não havendo o registo de vítimas ou danos materiais.
O sismo foi sentido nos concelhos vizinhos de Mogadouro, Torre de Moncorvo e Miranda do Douro.
Retirado de http://www.rba.pt/